Diniz, ex-técnico da seleção brasileira (Vitor Silva/CBF)
Fernando Diniz vê o Fortaleza dando aula dentro e fora dos gramados no Brasil. Além do desempenho que fez o clube, mais uma vez, disputar a fase de grupos da Libertadores, o modelo administrativo foi elogiado pelo treinador. Levando em conta o trabalho de Vojvoda, totalmente respaldado em momentos críticos, a postura da diretoria é avaliada como exemplar para os outros clubes da Série A.
“Em 2022, ficou o turno inteiro na lanterna praticamente, foi sair do rebaixamento no final do campeonato. Olha o que o Fortaleza conseguiu por causa de uma ideia, de um cara que conseguiu suportar. Ou não tem pressão? Lógico que tem pressão para mudar.”, disse Diniz, ao Abre Aspas, do GE.
“Aí o cara pega e banca. Acha que o Fortaleza estaria melhor se tivesse trocado? Isso é um exemplo de sucesso.”, acrescentou.
Comparação com times hegemônicos
Na sequência, Diniz destacou que o Fortaleza, mesmo sem conquistas de peso, merece um grande reconhecimento. Longe do poder de Flamengo e Palmeiras, o Leão do Pici possui um time competitivo e com finanças equilibradas, motivo pelo qual o treinador não associou apenas os títulos ao patamar atingido pelo clube.
“O sucesso do Fortaleza é ganhar o Campeonato Brasileiro? Pode ganhar, mas qual é a chance de comparar o Fortaleza com o poder de investimento que tem aqui, onde está situado e comparar com os dois hegemônicos, Palmeiras e Flamengo.”
“Precisa ganhar do Palmeiras e do Flamengo para falar que você tem sucesso? Pode ser que o Fortaleza oscile para baixo de novo, por aquilo que o Fortaleza tem em termos de receita, de estrutura, de tudo.”, concluiu.
Diniz ressalta cultura do futebol brasileiro
Atualmente livre no mercado, Diniz está ciente que não será fácil alcançar o sucesso no momento em que voltar ao trabalho. Isso porque somente vitórias e títulos são considerados para analisar o trabalho desenvolvido pelos técnicos, algo que torna o futebol brasileiro passível de uma grande evolução.
“As pessoas não te enxergam no futebol, as pessoas só enxergam o resultado do final do jogo. E aí tem os comentaristas do placar final do jogo. A gente não consegue reconhecer quem é ético, quem trabalha, quem é talentoso e quem é bom.”
“Você só é bom e só é talentoso se você ganha o jogo. Isso que eu falo o negócio da vitória, que associam que eu não valorizo as vitórias. Não! Isso é perder! Quem ganha desse jeito é perder. O cara nem sabe porque ele está ganhando, porque ele não sabe o que é bom.”, externou.
