
Ronaldo, em entrevista ao Charla Podcast (Reprodução)
Ronaldo acredita que, em breve, todos os grandes clubes vão aderir ao modelo SAF. Convicto da transição no futebol brasileiro, o ex-jogador trouxe uma revelação sobre o Real Madrid. Embora o time merengue seja extremamente rico, a mudança para alavancar o lado financeiro está sendo alvo de estudo, tendo em vista o poder de Manchester City, PSG e outros rivais com recursos inesgotáveis.
“Todos os clubes estão pensando em fazer (SAF). O Real Madrid está fazendo estudo para isso. Na Europa, ou você é clube-estado, como o PSG e o City, que abre os cofres e compra o que quiser, ou você tem as contas certinhas e cresce 5% ao ano.”, disse Ronaldo, em entrevista ao Charla Podcast.
“É difícil competir com o clube-estado. Todos os clubes vão ter que fazer em algum momento.”, acrescentou.
Assim como Barcelona e Athletic Bilbao, o Real Madrid segue mantido aos associados. Porém, para defender o clube “de ataques à riqueza financeira”, Florentino Pérez, presidente da equipe, já cogitou iniciar uma “reorganização corporativa” .
Mais SAFs no Brasil?
Recentemente, Ronaldo comandou o processo de reestruturação do Cruzeiro através da SAF. Apesar do modelo associativo seguir em Palmeiras, Flamengo, Corinthians e outros clubes, o Fenômeno avalia que, para manter o nível competitivo, um controle externo apoiado na questão financeira será indispensável nos próximos anos.
“O futebol brasileiro tem muita coisa para evoluir e tem muita gente fazendo direito. O Brasil, hoje, vive um momento muito bom em relação aos clubes. As SAFs vêm para ficar, transformar os clubes em empresas e algo lucrativo com gestão e trabalho sério.”
“Eu imagino, talvez não na totalidade. Os próprios clubes sendo donos de uma maioria. Eu acredito que isso vai acontecer em menos de cinco anos. O que não fizer vai ficar para trás.”, afirmou.
Além dos quatro grandes de São Paulo, o tema SAF ainda é tabu no Rio Grande do Sul. Atual campeão gaúcho, o Internacional ainda mantém a administração associativa, mesmo caso do Grêmio. Porém, a previsão de Ronaldo tem chances de ganhar força e abranger os rivais em um futuro cada vez mais perto.
Ronaldo é sincero ao abordar modelo associativo
Sem o fair play financeiro instaurado no Brasil, Ronaldo considera que o controle associativo é totalmente falho. Isso porque a falta de uma fiscalização rígida e leis mais severas abrem margem para decisões irresponsáveis e que atrapalham um plano de organização a longo prazo.
“O modelo associativo, para mim, está fadado ao fracasso. O cara tá há três ou quatro anos, faz a gestão dele, o time perdeu no primeiro ano e ele quer dar uma resposta no segundo ano. Gasta o que não tem, mas não dá certo no terceiro ano. Chega no quarto ano e ele gasta quatro vezes. Deixa um pepino enorme para o cara da gestão seguinte. Essa responsabilidade fiscal poucos clubes associativos têm.”, opinou.