
Ronaldo, ex-dono do Cruzeiro (Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
Ronaldo admira o comportamento de Fernando Diniz em trabalhar com o futebol. Além do estilo totalmente particular, o ex-jogador vê com bons olhos o lado verbal do técnico. Isso porque, nos momentos de discursos veiculados aos torcedores, o ex-comandante do Cruzeiro, valorizado pelo ímpeto de aprendizado constante, utiliza uma linguagem acessível e de fácil compreensão.
“O Diniz é um p… treinador. Um cara super estudioso em futebol, conseguiu fazer trabalhos incríveis quando teve tempo. Ele fala muito bem de futebol.”, disse Ronaldo, em entrevista ao Charla Podcast.
“Não é só a maneira como os times deles jogam, mas a maneira como ele fala de futebol é simples.”, acrescentou.
Função do treinador no Brasil
Atento aos sinais nos bastidores, Fernando Diniz tem uma preocupação com o lado humano dos jogadores. Mesmo sem reprovar o cuidado intenso com o extracampo, Ronaldo acredita que o departamento de futebol, de forma abrangente, precisa tomar conta dos assuntos que ultrapassam os gramados.
“Eu acho que não deveria ser o papel do treinador querer ajudar na vida pessoal dos atletas. É importante, mas não deveria ser o treinador. O time de gestão tem que se preocupar se o atleta está com problema em casa, se dormiu bem…”
“O treinador chega com uma abrangência de comando muito grande no clube. Eles contratam um treinador, entregam a chave do clube e o treinador faz o que quer. Muitas vezes, vai embora sem deixar um legado.”, afirmou.
Ronaldo ressalta incômodo com Luxemburgo no passado
Durante o período de Luxa no Real Madrid, Ronaldo não gostava do modo que, constantemente, era substituído. Neste cenário, o estopim da irritação aconteceu no complemento de uma partida interrompida no dia anterior. Após sofrer um pênalti, o Fenômeno sequer ficou em campo nos três minutos restantes do confronto.
“Teve um jogo do Real Madrid que faltava três minutos para acabar. O estádio foi ameaçado por ameaça de bomba. O jogo continuou no dia seguinte. Eu peguei a bola e foi pênalti em mim. Tive que sair e o Zidane fez o gol. Eu volto, entro em campo e sobe a placa. Ele me tirou com um minuto e meio. Eu saí p…!”
“Ele é autoridade, tem que fazer o que ele quer, mas é responsável pelo que ele faz. O Vanderlei é muito bom. Os treinos dele eram muito bons, ele é acima da média disparado, mas ele tinha o problema de gestão de grupo. Sempre teve.”, externou.
Ao longo da carreira, Luxemburgo colecionou títulos e polêmicas. Presente no Sport, finalista do Pernambucano e candidato ao título da Copa do Nordeste, o técnico fez questão de sinalizar o nível de pressão no futebol brasileiro.
“Se estão me cobrando é porque tenho valor. O pessoal quer que você ganhe de manhã, de tarde, de noite, de madrugada.”, afirmou.