
Abel Braga, em jogo no Maracanã (MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC)
Abel Braga considera que Paulo Henrique Ganso está na prateleira de gênios do futebol brasileiro na atualidade. Dono de um talento extraordinário, o camisa 10 costumava surpreender o antigo comandante ao mostrar uma capacidade impressionante de leitura de jogo. Neste cenário, o status de craque foi visto como pouco para descrever o meia-atacante.
“Eu não consegui recuperar, eu fui honesto com ele. Craque é pouco! Nós, brasileiros, chamamos de craque qualquer jogador acima do nível normal. Ele, não. É muito acima.”, disse Abel Braga, em entrevista ao Charla Podcast.
“Ele inventa três situações que você, que está vendo o jogo, não consegue. A bola chega no cara e ele faz coisas que você não imagina.”, acrescentou.
Forte aviso nos bastidores
Inicialmente, Abel Braga ficou ciente que Paulo Henrique Ganso estava com pouco prestígio no Fluminense. Ao adotar um comportamento 100% honesto, o ex-técnico do Tricolor causou um choque de realidade no camisa 10.
“Ele foi o responsável por isso (recuperação). Na contratação, eu escutei que ninguém queria o Ganso. Ele tinha um contrato longo e muito bom, a torcida não aguenta… eu falei para ele no primeiro dia: ‘O que tu quer da tua vida? Esse ano vai ser comigo, tu não vai jogar de novo. Você pensa nisso?’. Ele ficou me olhando. Estava com percentual de gordura em 20, estava começando tudo errado.”, relatou.
Abel Braga atingiu objetivo com Ganso
Após receber o ultimato, Paulo Henrique Ganso mudou de chave no Fluminense. Ganhando status de titular absoluto, o maestro da equipe teve importância, algum tempo depois, para o histórico título da Libertadores. Levando em conta a mudança, houve um agradecimento marcante que ficou marcado na memória de Abel Braga.
“Ele virou para mim e falou: ‘Me dá duas semanas, professor’. Eu falei que ia dar e ia cobrar. Ele começou a trabalhar. Diariamente, a produção ia subindo. Quando juntou ele com o Arias, Cano… esquece! Eu gosto muito dele. A esposa dele perguntou se podia me dar um abraço: ‘Obrigado, meu marido voltou a sorrir em casa’. É uma coisa que não tem preço.”, contou.