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Torcedores durante jogo da seleção brasileira (Rafael Ribeiro/CBF)
Nos últimos dias, o jornal “O Globo” divulgou uma pesquisa feita nos estádios dos clubes do Brasileirão, onde eles mediam qual torcida cantava mais durante os jogos. A captação dos decibéis foi feita através de um medidor de volume, onde os repórteres ficavam no meio da torcida para medir.
Na pesquisa, o São Paulo ficou no topo como a torcida do Campeonato Brasileiro que canta mais alto. Em segundo aparece o Cruzeiro, com Flamengo, Fluminense e Internacional fechando o top-5.
Jornalista não concorda com pesquisa
Em seu canal no Youtube, o jornalista Rica Perrone, que é torcedor do São Paulo, gravou um vídeo para mostrar as falhas que há nessa pesquisa. O título do vídeo era “fake news! Pesquisa é mero caça clique”.
Rica, então, começa dizendo que é impossível fazer esse tipo de pesquisa, que tem como único intuito viralizar entre os torcedores para ganhar visualização.
“O clickbait deu certo e tem muita gente compartilhando e comentando a tal da medição dos decibéis das torcidas brasileiras: qual torcida canta mais, qual canta menos, como se isso fosse uma coisa possível”, iniciou.
Depois, Rica Perrone relembra que era dono de um bar e precisava medir diariamente os decibéis para o som não ir nas residências ao lado. E, então, ele conta que se virasse a mão para o lado, já dava outro resultado. Ou seja, o que torna o resultado bem duvidoso.
Fatores influenciam torcedores a cantarem mais
Na sequência, Rica Perrone apresenta alguns fatos que mostram como é impossível você medir qual torcida canta mais alto, já que cada jogo tem sua particularidade.
“Tem alguns fatores que você não precisa ser gênio para perceber. Um estádio com 70 mil pessoas gera mais ruído do que um estádio com 30 mil. E não tem como você proporcionalizar isso dentro um medidor de decibéis. Ele é um medidor de volume”, disse.
“Tem o vento, tem o lado para qual a torcida está apontada, tem a distância pra torcida organizada que é quem mais canta, tudo isso entra numa equação. Você pode pegar um jogo, por exemplo, onde a torcida ta comendo unha o jogo inteiro porque é uma decisão, enquanto tem outro jogo que a torcida tá em festa o jogo inteiro porque tá ganhando”, completou.
Por fim, o jornalista volta a criticar a pesquisa, entendendo ser algo que não reflete a realidade, podendo facilmente ser manipulado pelo gosto pessoal de quem mediu.
“É absolutamente impossível você criar um padrão de medição que você consiga medir todas as torcidas na mesma distância, em uma situação semelhante. Todos esses dados são forjados. São dados que convém na hora que o cara mediu. Esse teste é completamente idiota, não tem a menor possibilidade disso ser levado a sério”, finalizou Rica Perrone.
