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Protesto de torcedores em Guiné contra árbitro resulta em 56 mortes

Manifestações contra arbitragem transformou-se em tragédia no sudeste do país; número de mortos pode aumentar

Por Mateus Pereira em 02/12/2024 17:17 - Atualizado há 1 mês

Vídeo que circula a internet mostra parte da confusão (Divulgação)

O confronto entre N’Zérékoré e Labé, em Guiné, terminou em um mar de sangue no último domingo (1). Isso porque um protesto de parte da torcida contra o árbitro da partida transformou-se em uma confusão generalizada com ao menos 56 mortes.

Segundo informações divulgadas pelo governo de Guiné, nesta segunda-feira (2), a confusão em Zerecoré iniciou-se após uma decisão do árbitro em campo: “As manifestações de descontentamento contra as decisões do árbitro incluíram lançamentos de pedras por parte de torcedores, o que provocou tumultos fatais“, afirma a nota oficial divulgada pela televisão estatal. “Os hospitais estabeleceram um balanço provisório de 56 mortos“, completa o documento.

A polícia local abriu então um uma investigação para descobrir o que de fato iniciou o tumulto. De acordo com a agência AFP, o número de vítimas pode ser significativamente maior do que o divulgado inicialmente, chegando a aproximadamente 100 pessoas mortas.

O presidente de Guiné, Amadou Oury Bah, lamentou publicamente o trágico ocorrido: “O governo lamenta os incidentes que mancharam a partida de futebol entre as equipes de Labé e N’Zérékoré. O governo está acompanhando a evolução da situação e reitera seu apelo de calma para que os serviços hospitalares não sejam perturbados no momento de socorrer os feridos“.

Entenda a revolta dos torcedores em Guiné

Segundo o jornalista Facely Konaté em suas redes sociais, o descontentamento inicial de parte da torcida foi devido a uma expulsão revertida em cartão amarelo pelo árbitro da partida. Pouco depois, por volta dos 83 minutos de jogo, um pênalti foi marcado a favor do time da casa, o que aumentou a revolta dos torcedores e resultou na invasão do campo.

A partida era válida por um torneio em homenagem ao comandante da junta militar de Guiné, general Mamadi Doumbouya, que assumiu o poder após um golpe de estado em setembro de 2021 e posteriormente tomou posse como presidente.

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