Dunga alerta para risco vivido por craque da seleção brasileira: “Vamos perder esse jogador”

Eterno Capitão do Tetra na Copa do Mundo de 1994, Dunga criticou a transferência precoce dos jogadores brasileiros para a Europa.

Em entrevista para o Lance, o ex-camisa 8 afirmou que a ida dos atletas cada vez mais jovens para o Velho Continente prejudica suas formações e atrasa as evoluções que virão a ter no futebol.

Assim, Dunga citou o exemplo de Endrick. O ex-técnico da seleção brasileira não escondeu sua preocupação com o futuro do atacante do Real Madrid, que vem tendo pouca minutagem com Carlo Ancelotti.

“Nós vamos perder esse jogador, caso do Endrick. Em um mês, quantas horas ele deixa de jogar? Quantas horas deixa de treinar? E ele tem que treinar, tem que jogar. Então o amadurecimento dele vai ser atrasado. Porque, em vez de ele estar pronto com 22, 23 anos, ele vai estar pronto com 24, 25”, lamentou o tetracampeão mundial.

Dunga lembrou do caso de Vinícius Júnior

Dunga também mencionou as dificuldades que Vinícius Júnior teve assim que trocou o Flamengo pelo Real Madrid em 2018.

Antes de atuar na equipe principal merengue, o futuro camisa 7, que seria consagrado como o melhor jogador do mundo pela Fifa, atuou pelo Real Madrid Castilla, o time B.

“Quantos anos tem o Vini Júnior? Ele saiu do Flamengo, foi pro Real B, ficou um, dois anos, até ele conseguir chegar. Diferente de uns tempos atrás, que nossos jogadores iam pra Europa com 25, com 26, com 27. Já iam prontos pra Europa. Então, o cara já tinha rodagem. Hoje não”, comentou.

“Muitos que foram cedo pra Europa não tiveram sequência”

Por fim, Dunga pontuou que as negociações de jogadores cada vez mais cedo pelos clubes brasileiros está fazendo com que muitos talentos sejam desperdiçados.

“Quantos jogadores a gente perdeu que poderiam ser melhores do que foram para Europa com essa idade e não tiveram a sequência da carreira? Tiveram que retornar pro Brasil. Essa frenesia de vender jogador”, protestou.