Comentarista da ESPN destacou escassez de jogadores criativos que afeta a seleção brasileira
Paulo Silas acredita que, na atual edição do Brasileirão Betano, Thiago Almada é o meia que mais lembra suas características em campo. Dono do status de jogador mais caro da história do futebol nacional, o argentino teve um encaixe imediato no Botafogo e vem fazendo jus ao valor investido pela SAF. Apesar da forte tendência de mudança tática entre os atletas da posição, o camisa 23 segue atuando na faixa central do campo.
“O Almada é um cara bem parecido. Eu jogava pra frente, até porque o Careca, se jogasse para trás, ficava xingando. Tinha que jogar pra frente toda hora.”, disse Silas, em live do The Team Legends, no YouTube.
“Seria o Almada, do Botafogo. Era a mesma movimentação. Pegava muito no jogo, fazia o time jogar e ajudava a marcar. Fazia tempo que não aparecia um jogador com as características que eu tinha. Até porque os meias, hoje, são segundo volantes. Não tem um meia, um camisa 8. Acabou.”, acrescentou.
Dono de uma carreira importante, Silas avalia que Thiago Almada possui um futuro brilhante pela frente no futebol. Porém, levando em conta o atual momento, o ex-jogador da seleção brasileira ainda se vê acima do argentino.
“Hoje, talvez eu tenha chegado mais longe porque joguei três Copas do Mundo (uma pela base), mas ele é campeão, mesmo sem jogar. Ele é campeão com a seleção principal, é um selo que o cara vai levar para o resto da vida. Ele tem muita estrada pela frente. O menino é craque.”, afirmou.
Entre os brasileiros, Silas considera que a função de “camisa 8”, frequente no passado, está virando raridade. Neste cenário, nomes como Raphael Veiga, Luiz Henrique, Antony e Raphinha, que tinham características de atuar no meio-campo, acabaram sendo deslocados para os lados do campo.
“Os meias de perna direita estão jogando do lado esquerdo, e os meias canhotos estão jogando do lado direito. Veiga, Luiz Henrique, Antony, Raphinha… eram todos meias. A seleção está perdendo por conta disso.”, prosseguiu.
Silas aponta outro argentino em alta no Brasileirão
Assumindo o status de maestro do Corinthians, Rodrigo Garro é um dos protagonistas do Timão em 2024. Importante na luta contra o rebaixamento no Brasileirão, o camisa 10, segundo Silas, é um jogador que está em falta na seleção.
“O Corinthians tem o que a seleção brasileira não tem, o Garro. Um cara que sabe meter a bola nos espaços, que toma a conta do jogo, busca a bola, dá lançamentos e faz gols.”, opinou Silas, no ESPN FC.