Ex-árbitra e comentarista fará parta de equipe de transmissão do SBT na partida no próximo sábado (23)
Uma das mais experientes árbitras brasileiras, Nadine Basttos é presença frequente na mídia esportiva quando o assunto é comentários de arbitragem, principalmente sobre o Brasileirão Série A
Agora, ela se prepara para integrar a equipe do SBT que fará a transmissão da final da Copa Sul-Americana entre Cruzeiro e Racing (ARG). A partida única acontece no próximo sábado (23) no estádio Nueva Olla, em Assunção, no Paraguai.
Entre um preparativo e outro, a ex-árbitra, bateu um papo exclusivo com o Torcedores.com e analisou como deve ser a preparação do trio de arbitragem que será comando pelo uruguaio Esteban Ostojich.
Confira a entrevista com Nadine Basttos na íntegra
Torcedores: Quais são os desafios de apitar uma final? E como é a preparação de um árbitro para uma disputa de título como o da Sul-Americana?
Nadine Basttos: Apitar uma final é um dos maiores desafios na carreira de um árbitro. Além da pressão natural de tomar decisões corretas em uma partida decisiva, há a tensão emocional dos jogadores, a expectativa dos torcedores e a responsabilidade de garantir que o espetáculo seja justo.
A pressão é grande, mas é o momento mais especial na carreira de um árbitro, ele se dedica a carreira toda para poder viver esse momento de apitar uma final.
Torcedores: Como acredita que deva ser a preparação da equipe de arbitragem para uma decisão?
Nadine: Quanto a preparação para uma final, ela envolve três pilares principais:
Físico, que é manter-se no auge da forma física, pois jogos desse nível exigem alta intensidade; Técnico, que envolve um estudo detalhado das características das equipes, dos jogadores mais decisivos e do estilo de jogo, fundamental na antecipação de situações e no controle do jogo; Por fim, o pilar mental, que é sobre o aprimoramento do foco e a capacidade de lidar com a pressão.
Torcedores: O modelo de jogo único em campo neutro melhorou ou piorou a arbitragem nas finais das competições sul-americanas?
Nadine: A final única em campo neutro trouxe vantagens e desafios. Por um lado, reduz a pressão das torcidas locais sobre o árbitro, o que pode favorecer atuações mais tranquilas e seguras. Por outro, o ambiente neutro pode gerar maior tensão nos jogadores. Um erro é ainda mais determinante em uma partida única.
Isso (campo neutro) aumenta a responsabilidade da arbitragem, que precisa estar ainda mais atenta e preparada para tomar decisões rápidas e precisas. Em geral, acredito que as arbitragens têm mantido um nível equilibrado, mas o formato exige profissionais muito bem preparados mentalmente.
Torcedores: O que você achou da escolha do uruguaio Esteban Ostojich para apitar a final da Sul-Americana?
Nadine: É um bom nome para comandar a final. Trata-se de um árbitro experiente, com histórico em competições de grande representatividade. Por exemplo, apitou a final da Copa América de 2021, entre Argentina e Brasil, e a final do Mundial de Clubes 20/21 (entre Bayern de Munique e Tigres).
Nesta temporada trabalhou em nove jogos da Libertadores e três da Copa Sul-americana com boas arbitragens.
Enquanto característica, ele é conhecido por ser firme em suas decisões. É um árbitro disciplinador, e conhecido por ter boa leitura de jogo, marcando poucas faltas. Essa será a sua primeira final da Copa Sul-Americana na carreira.