Tricampeão do mundo com a seleção trouxe relato sobre envolvimento que ultrapassava o limite das quatro linhas
Emerson Leão recordou o comportamento exemplar de Rogério Ceni no São Paulo. Além de balançar as redes e salvar o time com grandes defesas, o ídolo do Tricolor exercia uma liderança importante dentro e fora de campo. Admitindo que o espírito de capitão era bastante abrangente, o ex-técnico da equipe negou qualquer tipo de atrito nos bastidores.
“De jeito nenhum (tive problemas). O Rogério Ceni treinava bem, se cuidava bem, orientava bem e queria mandar bem também. Aí já ficou um pouco ruim.”, disse Leão, em entrevista ao podcast “Futebol é Minha Vida”.
Assim como Rogério Ceni, Leão também construiu uma carreira gloriosa no futebol brasileiro. Porém, ao contrário do atual comandante do Bahia, o tricampeão do mundo com a seleção não mostrava indícios de que, no futuro, seria treinador. Apesar da personalidade forte, o antigo técnico do São Paulo teve uma relação positiva com o eterno camisa 1 do clube.
“O Rogério Ceni foi um excelente goleiro. Só que eu também fui um excelente. E eu era só goleiro. O Rogério Ceni, quando foi goleiro, já queria ser treinador. Tinham algumas demandas para acertar com ele. Dizem, no São Paulo, que o único que ele segurou as pontas foi comigo.”, relatou.
“Quando mandaram ele embora, prematuramente, do São Paulo, eu fiquei na minha. Um dia me perguntaram: ‘Quem você queria que lhe substituísse?’ Eu falei que era o Rogério Ceni. Naquela época, ele não deveria ter assumido. Mas, hoje, ele poderia assumir o São Paulo.”, concluiu.
Leão destaca aproveitamento extraordinário de Rogério Ceni no São Paulo
Assim que chegou ao São Paulo, Leão quis impedir Rogério Ceni de continuar batendo faltas. Mesmo aplicando uma bronca nos jogadores de linha, houve uma mudança na linha de raciocínio após o relatório atrelado ao excelente aproveitamento nas bolas paradas.
“Quando eu cheguei no São Paulo, eu falei: ‘Ele não vai mais bater faltas’. Eu percebi que ele treinava faltas e os outros não treinavam. Falei: ‘Vocês tinham que ter vergonha de um goleiro bater falta para vocês. O culpado são vocês’.”
“Eu pedi uma informação quantos gols ele fez de falta e quantos gols o São Paulo tomou porque ele tinha ido lá pra frente. Era 95 positivo e cinco negativo. Eu não sou burro. Falei: ‘Ele vai continuar batendo’.”, contou.