Ex-goleiro costumava adotar pulso firme ao longo de trabalhos em grandes clubes do futebol nacional
Emerson Leão não costumava aliviar para os jogadores durante o período como técnico. Lidando com diferentes tipos de comportamento, o ex-comandante do Corinthians destacou Carlos Alberto como um dos jogadores mais complicados de trabalhar. Isso porque o antigo camisa 19 do Timão, dono de uma forte personalidade, mostrava uma conduta explosiva dentro e fora de campo.
“Leão, qual foi o jogador insuportável que você chegou assim: ‘Eu não quero trabalhar com esse cara. Tira esse cara daqui’.”, questionou Alexandre Praetzel, no podcast “Futebol é Minha Vida”.
“Isso eu nunca falei porque eu vou pedir para quem tirar o cara? O responsável pela equipe sou eu. Tinha que saber lidar com as ‘malas’ porque eu era uma delas também. Ele (Carlos Alberto) era um pouco chato. Hoje, se eu passar por ele, me abraça e eu abraço ele. Mas tinha hora que ele não entendia. Os caras brincavam que ele era tarja vermelha. O Tévez era fichinha perto dele.”, respondeu Leão.
Recordando o principal atrito com Carlos Alberto, Leão explicou o motivo do episódio no Corinthians. Diante da postura que poderia prejudicar a equipe alvinegra em duelo na Sul-Americana, o técnico da época foi convicto ao realizar uma substituição, situação que despertou a fúria do ex-jogador. Apesar disso, o pedido de desculpas, algum tempo depois, colocou um ponto final na polêmica.
“Ele era bom jogador pra caramba. Estava p… da vida com os torcedores vaiando. Chegou uma hora que ele fez gesto obsceno para a torcida e o representante chamou o juiz para expulsar ele. Ele saiu resmungando e parecia o diabo na cruz.”
“Um dia eu estava dirigindo e tocou o telefone: ‘Professor, tudo bem?’. Eu falei que não conhecia nenhum Carlos Alberto, tirando sarro dele. Ele estava me pedindo desculpas, que não queria fazer aquilo.”, relatou.
Leão valoriza trabalho histórico no Santos
Responsável pelo desenvolvimento de uma série de craques, Leão admite que, inicialmente, pediu reforços no Santos. Porém, após ficar ciente do nível dos garotos, o ex-técnico do Peixe quis dispensar a chegada de reforços, algo que se mostrou uma decisão correta com a conquista do Brasileirão de 2002.
“Eu fiz uma coisa que ninguém prestou atenção. Todo mundo fala do Robinho e do Diego, que nasceram craques. Quando eu cheguei, eu falei que precisava contratar alguém de peso. O presidente disse que não tinha dinheiro. Depois de 30 dias, eu disse que não queria ninguém porque queria ficar com a molecada.”
“Venderam todo mundo. Eu falei para não vender ninguém porque teria um time vencedor por, no mínimo, cinco ou seis anos. Mas venderam.”, relatou.