Flavio Prado acredita que o atual momento da seleção não faz jus ao legado do futebol brasileiro. Sem atrelar o desempenho apático ao trabalho de Dorival Júnior, o comunicador também mencionou o estilo de Tite fora dos padrões ideais. Neste cenário, a Espanha, atual campeã da Eurocopa, foi atrelada ao posto que já foi do time cinco vezes campeão do mundo.
“O que tem a ver esse time que estamos vendo nos últimos tempos, e eu gostei muito do trabalho do Tite nas duas Copas, mas não é a cultura do futebol brasileiro. O futebol brasileiro é o que a Espanha é. Aquilo era o jeito de jogar do Brasil com pontas abertos e jogadores hábeis.”, disse Flavio Prado, no Bate-Pronto, da Jovem Pan.
“A Espanha consegue se recuperar porque tem um estilo. Isso facilita para aparecer Nico Williams e o Yamal.”, acrescentou.
Ao contrário da Espanha, que decidiu copiar o jeito do Brasil, Flavio Prado destacou o modo que a seleção quis imitar o estilo dos europeus. Diante disso, a identidade do futebol nacional vem ficando cada vez mais perdida pela falta de ousadia em campo.
“Hoje, a gente imita os caras, inclusive na base. O Brasil passou a copiar os europeus na base. Jogador pesado, duro… o cara que dribla é crucificado, perde o lugar no time. Estamos com uma cultura de futebol feio, que não é a cultura do futebol brasileiro.”
“Os jogadores do futebol brasileiro eram considerados os melhores do mundo porque eram hábeis e de drible fácil. Era um futebol diferente e meio estilo africano […] Nós perdemos nossa identidade de futebol. Quando se perde uma identidade, fica muito difícil.”, alertou.
Flavio Prado recorda desempenho da seleção brasileira antes do penta
Descartando o saudosismo da geração de 2002, Flavio Prado recordou que o Brasil patinou nas Eliminatórias. Porém, como o grupo de Felipão na Copa do Mundo tinha representantes do futebol nacional, a essência mantida no elenco contribuiu para a conquista do penta.
“A seleção de 2002 perdeu pra caramba nas Eliminatórias, foi super favorecida pela arbitragem… não era uma seleção espetacular, poderia ter perdido a Copa. Não perdeu por alguns detalhes, a arbitragem que ajudou muito, e a individualidade dos jogadores. Mas foi tudo no limite.”
“Chegou a perder de Honduras… o Vampeta sempre fala que perderam cinco jogos, teve uma série de situações. Mas aquela seleção ainda tinha metade do Brasil e metade de fora, ainda tinha um pouco da cultura do futebol brasileiro.”, recordou.