Zico não vê nenhum jogador da atual geração do Brasil no mesmo nível de Neymar. Embora Vinícius Júnior tenha assumido o protagonismo no Real Madrid, o camisa 7 ainda não é avaliado com o status do compatriota. Isso porque o craque do Al-Hilal, segundo o ídolo do Flamengo, é o único que reúne características de habilidade, criatividade e técnica em campo.
Apesar do talento impressionante, Zico considera que Neymar, ao longo dos anos, prejudicou o próprio futebol. Isso porque a vida extracampo do atacante, alvo constante de polêmicas, impediu o nível físico ideal para encarar os adversários.
“No Brasil, hoje, não tem ninguém com a habilidade, criatividade e a técnica do Neymar. Só que ele tem outras atividades do lado de fora de querer aproveitar. É uma escolha.”, disse Zico, em entrevista ao Aloha Podcast.
“Às vezes, ele perde um pouco o condicionamento físico e chegam mais em cima dele. Nos últimos tempos, ele tem sido prejudicado pelas contusões de entradas maldosas que fazem com ele. Vão na maldade.”, acrescentou.
Sofrendo com lesões no PSG, Neymar sofreu uma fratura grave logo no início pelo Al-Hilal. Levando em conta o estilo do craque em aplicar dribles constantes, Zico enxerga um ódio dos adversários que se transforma em faltas duras em campo.
“Por causa dos dribles dele, os caras não toleram e não querem aturar. Fica com um cara que o pessoal passa a não gostar. Cria aquela imagem e complica. Ele só se prejudica. Mas ninguém pode tirar o talento que Deus deu para ele. Não tem no Brasil um jogador igual a ele.”, prosseguiu.
“Eu sou fã do futebol dele, converso com ele… mas cada um tem suas escolhas.”, concluiu.
Zico aponta mudança que impacta no “sucessor” de Neymar
Monitorando os brasileiros desde cedo, os clubes europeus, de forma antecipada, costumam fechar compras milionárias. Diante da saída precoce para o Velho Continente, Zico acredita que, atuando no exterior, o talento atrelado aos dribles e jogadas ousadas é perdido de forma gradativa. Atualmente, a cultura de valorizar o estilo tático, de acordo com o Galinho, está prejudicando o futebol nacional.
“Os jogadores estão saindo muito cedo. Com 16 anos, eles se destacam um pouquinho aqui e vão lá pra fora. Não crescem com aquela raiz do futebol brasileiro. É o drible, criatividade… é o que sempre fez a diferença no futebol. A arte e aquilo que você não espera, é o imprevisível. O futebol brasileiro perdeu isso.”
“Quando você vai lá pra fora, você é treinado de uma forma mecânica. Aqui no Brasil começou agora a fazer isso. O garoto magrinho que tem muita criatividade é preterido na base.”, analisou.