Balancete foi publicado com atraso de três meses e contém críticas de Pedrinho à 777 e ex-presidente do Gigante da Colina
O Vasco publicou nesta semana o balanço financeiro de 2023. O documento, que contém todas as disposições orçamentárias do último ano do Gigante da Colina e revela que há uma dívida de pouco mais de R$ 212 milhões contabilizada pelo clube, segundo o GE.
Grande parte de tal débito vem de processos na Justiça, estes que giram em torno de R$ 143 milhões no que o balanço chama de ‘perdas judiciais prováveis’. A maior porção é de dívidas trabalhistas (R$ 118,8 milhões), há ainda a chance de tal dívida ser maior, já que há valores, estimados em R$ 90,5 milhões, que não constam do balanço de 2023 e que poderão ser lançados em 2024.
Além de tal dívida, também custam débitos do Vasco ‘associativo’ com a SAF, estes totalizando R$ 30 milhões. No texto, a administração do clube coloca esta parte como ‘pendente de discussão e entendimento’, já que a diretoria atualmente comandada por Pedrinho contesta tal dívida, ainda derivada da ‘era 777’.
Tal contestação, além da averiguação do valor das dívidas trabalhistas e cíveis, causou um atraso de três meses na publicação do balanço, que deveria ter sido feito até, no máximo, 30 de abril, como aponta a lei.
777 e Salgado criticados
O texto do balanço financeiro do Vasco de 2023 traz uma série de críticas feitas pelo atual presidente vascaíno à 777 Partners, ex-parceira na SAF e a seu antecessor no cargo, Jorge Salgado. Em uma das partes do texto, Pedrinho criticou a medida de aumentar a folha salarial do futebol no final do último ano, quando o time se livrou do rebaixamento para a Série B do Brasileirão na última rodada.
Tal aumento, ao qual o dirigente argumenta ter sido feito sem a contrapartida de receitas novas, ‘severamente comprometeu’ a SAF vascaína. Para Pedrinho, Salgado não teria ‘feito valer a posição de sócio’ da entidade que administra o futebol vascaíno para tentar reverter a situação citada, vendo ‘omissão’ do ex-mandatário do Gigante da Colina neste quesito.
O contrato entre Vasco e 777 também recebeu duras críticas da diretoria, em especial por este ‘impedir novas receitas’ para o clube pelas condições do acordo de venda dos 70% do futebol cruzmaltino. Entre elas, o fato da empresa ter tido 100% dos royalties do acordo, exclusividade na exploração de São Januário (todos mediante pagamentos de R$ 1 milhão cada).
Assim, justificou as atitudes da quebra via Justiça do contrato com os investidores afirmando ‘não ver horizonte’ para o clube em meio a tal situação e apontando a ‘busca por soluções’ para reverter tal situação e buscar receitas e reduzir a dívidas do Gigante da Colina.