Recorrendo ao passado e transitando ao futebol atual, Tostão escreveu algumas linhas a respeito da inspiração que foram os meio-campistas brasileiros nas Copas de 1982, 1970, 1962 e 1958, para a Europa e que a partir dali passaram a ‘fabricar’ atletas que com tais características técnicas.
O ex-jogador, inclusive, menciona atletas do Barcelona, Manchester City, Real Madrid e Bayern de Munique.
“Eles, encantados com os meio-campistas brasileiros das Copas de 1982, 1970, 1962 e 1958, passaram a formar esse tipo de jogador, como Xavi, Iniesta, Rodri, Kroos, Modric e tantos outros”, aponta Tosão, em coluna publicada na Folha de S.Paulo.
Para ele, porém, a evolução no Brasil acabou sendo inverso. Segundo ele, a eliminação para a Itália, em 82, trouxe uma série de discussões técnicas e táticas.
“Muitos colocaram a culpa na pouca marcação no meio campo. Por isso e outros motivos, os técnicos brasileiros dividiram o setor entre os volantes que marcam e os meias que atacam. Desapareceram os meio-campistas, que atuavam de uma intermediária a outra, que marcavam, constroem e avançam, como Didi, Gerson, Falcão e outros”, lamenta Tostão.
“Após décadas, isso começou a mudar, lentamente, pois não temos ainda hoje um grande craque no meio campo com estas características”, acrescenta o tricampeão do mundo que lamenta a ausência de um nome de peso no setor da seleção brasileira.
“Falta à seleção brasileira um craque no meio campo que reúna talento e capacidade para defender, construir e avançar. Falta porque já tivemos. Eles não existem mais porque não são formados há tempos nas categorias de base.
Tostão dá conselho para Neymar na seleção
Reconhecendo a técnica apurada de Neymar, Tostão prefere que o camisa 10 seja deslocado para estar mais próximo do gol e não posicionado no meio-campo.
“Neymar, mesmo que volte em ótima condição física, não tem características para jogar de uma intermediária à outra. Deveria atuar mais perto do gol ou como uma atacante da esquerda para o centro, como jogou nos melhores momentos da sua carreira”, opinou Tostão.