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Paralimpíadas 2024: Mariana Garcia abre o jogo e fala sobre expectativas, custos e dificuldades da competição

Atleta de paraciclismo, Mariana Garcia é uma das esperanças de medalha do Brasil nos jogos Paralímpicos de Paris

André Salem
Jornalista desde 2016, redator do Torcedores.com desde 2022. Apaixonado pelo futebol brasileiro, escrevo principalmente sobre o Brasileirão Série A.

Mariana Garcia vai disputar duas medalhas nas Paralimpíadas de Paris (Arquivo pessoal/Instagram)

As Paralimpíadas 2024 teve início na última quarta-feira (28), quando aconteceu a cerimônia de abertura dos Jogos, em Paris. A atleta Mariana Garcia, do ciclismo, concedeu uma entrevista exclusiva ao Torcedores.com, onde falou sobre diversos assuntos.

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Em meio a uma rotina de exercícios e treinamentos, a atleta revelou detalhes de sua preparação em um esporte de alto rendimento.

“Aqui em Paris está bem corrido, não paro. Tem treino, fisioterapia, arruma isso, arruma aquilo na bike… não sei como esses atletas conseguem fazer tantos stories na rede social, porque no ciclismo eu não dou conta”, brincou.

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No paraciclismo desde 2015, Mariana, que vive apenas do esporte desde 2020, faz a sua estreia em Jogos Paralímpicos. Ela já foi três vezes campeã do ranking nacional (2019, 2021 e 2022), vice-campeã no Pan-Americano de 2022 e quarto lugar no Pan-Americano de 2023.

“Sobre as minhas expectativas, por ser a minha primeira Paralimpíada, com certeza são as melhores possíveis. Vim para tentar uma medalha, apesar de saber que vai ser bem difícil, mas não impossível. Se não der, tudo bem, sei que vou fazer o meu melhor”, disse.

Custo da bicicleta e apoio do Comitê Paralímpico

Mariana Garcia disse que recebeu bastante apoio do Comitê Pralímpico Brasileiro e contou com a ajuda de patrocinadores nos Jogos, assim como todos os atletas.

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“O Comitê Paralímpico bancou a viagem para Paris e aqui é tudo de graça para os atletas. Toda a delegação paralímpica tem um patrocinador de uniforme e no ciclismo, em específico, temos outra marca que patrocina os uniformes, uma marca de ciclismo mesmo”, revelou.

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Mas, sobre o custo da sua bicicleta adaptada que usa para competir, a atleta disse que é algo caro e que precisou da ajuda de uma “vaquinha” para comprar a sua primeira bike.

“O custo da bicicleta depende muito, mas vai de R$ 30 mil a R$ 100 mil. E ela é custeada 100% por mim, sem nenhuma ajuda”, completou Mariana.

Veja outros trechos da entrevista com Mariana Garcia, atleta que disputará as Paralimpíadas

Torcedores: Como surgiu o interesse pelo paraciclismo?

Mariana Garcia: Eu perdi o movimento das pernas em 2009, em um acidente de moto. Então, conheci o paraciclismo em 2015, em Pirassununga.

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Eu vi que eles tinham algumas bicicletas usadas e resolvi experimentar. Eram bicicletas de ferro, mais pesadas. Gostei e comecei a praticar. A partir daí, fui juntando dinheiro, fizeram uma “vaquinha” para mim e eu comprei a minha primeira bicicleta, de alumino. Depois, juntei de novo dinheiro, por muito tempo e consegui comprar uma de carbono.

T: Já praticou outro esporte paralímpico?

MG: Comecei com o basquete sobre rodas, treinei por mais ou menos seis meses, mas tive que parar porque comecei a estudar, eu fazia faculdade de pedagogia.

T: Para quem quer torcer por você nas Paralímpíadas, explica melhor como é o paraciclismo? Tem alguma regra diferente? Tem alguma classificatória para a final ou a primeira corrida já vale medalha?

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MG: Minhas provas serão uma vez só, não tem classificatória para a final, todas já valem medalha. Mas é simples, é só ver qual lugar ficou e os primeiros recebem medalha. Quem nunca assistiu vai conseguir torcer. As provas serão dia 4 de setembro, às 3h (de Brasília) e 5 de setembro, às 4h30 (de Brasília).

T: Em que nível o Brasil está no ciclismo paralímpico frente a outros países com mais tradição no esporte?

MG: O Brasil estreou no ciclismo paralímpico em 1992 e ganhou a sua primeira medalha apenas no Rio de Janeiro, em 2016. Então, não é algo que temos tanta história, mas estamos crescendo nos últimos anos.

T: Como estão as expectativas da delegação como um todo, para os Jogos? Esperança de medalha?

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MG: As expectativas são bem altas. Nos Jogos Paralímpicos somos uma potência, ficando entre os primeiros no quadro de medalhas. Esperamos superar os anos anteriores e é muito legal estar vivendo tudo isso.

T: Com é o clima ai em Paris? Os atletas estão animados?

MG: Eu estou curtindo demais estar aqui em um ambiente com várias modalidades juntas, uma vila imensa, muitos atletas se superando, procurando uma força no esporte e conseguindo ser feliz com isso, mostrando para o mundo que nós também podemos, nós também conseguimos tudo que queremos.

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