O Brasil não poderia começar melhor esse segundo dia de disputas das Paralimpíadas de Paris. Na prova dos 5.000 metros do atletismo na classe T11, Julio Cesar Santos conquistou o ouro e bateu o recorde mundial paralímpico da prova com o tempo de 14min48s85. A prata ficou com o japonês Kenya Karasawa e o bronze também ficou com outro brasileiro: Yeltsin Jacques.
“Obrigado a todos pelo carinho. Para mim, é uma emoção muito grande. Isso mostra o poder que a gente que saiu da periferia tem. Quando comecei a correr, só tinha um campinho de futebol e a minha determinação”, relembra o atleta.
“Com muita força de vontade cheguei aqui. Não tive força nenhuma da minha cidade. Espero que agora eles arrumem aquele campinho. Não quero repercussão para mim, e sim fazer a diferença para o meu bairro e para a sociedade.”, disse Julio Cesar, em entrevista ao SporTV.
Já Yeltsin conquistou sua terceira medalha paralímpica em Paris, somando aos dois ouros em Tóquio 2020, um nos 5.000m e outro nos 1.500m, ambos na classe T11. O brasileiro é o recordista mundial nos 1500m com o tempo de 3min57s60, obtido nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
“Muito feliz pelo Júlio. Eu tive uma lesão, peguei uma virose, o que acabou atrapalhando um pouco a preparação. Mas como minha esposa disse, você ou chupa o limão azedo ou faz a limonada. Estou com sentimento de missão cumprida”, disse Yeltsin.
É a primeira medalha paralímpica de Júlio Cesar, que conquistou a prata na distância no Mundial de Kobe 2024, no Japão, ficando atrás de Yeltsin. Júlio foi o campeão mundial de outra prova de fundo em Kobe, os 1.500m, distância que ele e Yeltsin voltam a disputar em Paris no dia 2 de setembro, na semifinal. A final será em 3 de setembro.
Atletas nasceram com baixa visão
Tanto Júlio Cesar Santos, quanto Yeltsin nasceram com baixa visão. Júlio foi diagnosticado com ceratocone, doença degenerativa na córnea, aos sete anos. Ele era atleta convencional do atletismo e migrou para o paradesporto por meio dos treinadores do Centro Olímpico em São Paulo.
País conquistou primeiras medalhas das Paralimpíadas de Paris na natação
As primeiras medalhas do Brasil vieram nas piscinas francesas na última quinta-feira, 29 de agosto. Gabriel Araújo levou o ouro nos 100 metros costa na classe S2, Phelipe Rodrigues levou a prata na classe S10 dos 50 metros livre, e por fim, Gabriel Bandeira conquistou o bronze na prova do 100 metros borboleta da classe S14.
No caso de Phelipe Rodrigues, ele conquistou sua no medalha paralímpica. Rodrigues, já levou seis pratas e três bronzes, desde as Paralimpíadas de Pequim 2008.