A partida entre Botafogo e Palmeiras encheu os olhos do ex-jogador Tostão. O encontro que definiu o Fogão como líder isolado do Brasileirão Série A foi um dos temas da sua coluna Folha de S.Paulo, neste sábado, 20. Em campo, duas equipes dispotas a jogar bola, pra frente, equilibradas e conscientes taticamente.
De forma ampla, o tricampeão afirmou que paulistas e cariocas mostraram tudo que está em falta no cenário nacional.
“O futebol brasileiro precisa unir o drible e o passe, a improvisação e o planejamento tático, como fizeram Botafogo e Palmeiras, uma bela partida”, escreveu Tostão.
Partindo para a Copa América, o colunista destacou a ausência de mais talento e habilidade no setor do meio-campo da seleção brasileira, sendo presas fáceis para a forte marcação de colombianos e uruguaios.
“Como os times e as seleções de todo o mundo pressionam cada vez mais, quem está com a bola em todo o campo, desde o goleiro, precisa desenvolver a capacidade de ultrapassar esta marcação. Colômbia e Uruguai pressionaram o Brasil que não conseguia ficar com a bola por causa da eficiente marcação e pela falta de mais talento e habilidade do meio-campo. É urgente diminuir esta deficiência”, analisa.
Tostão, inclusive, sugere como alternativa utilizar nossos pontas dribladores em meio-campistas, uma vez que são habilidosos e rápidos, dificultando assim a vida dos marcadores adversários.
“Se, nas últimas décadas, vários garotos talentosos no meio-campo foram mudados de posições e passaram a atuar como meias-atacantes e pontas dribladores, não seria possível fazer o contrário, transformar alguns meias ofensivos e pontas habilidosos, como Martinelli, Estêvão em meio-campistas, bons no passe e no drible, para sair da marcação por pressão?”, indaga.
“Não sei se daria certo. É necessário tentar. Divagar é preciso”, concluiu.
Tostão faz previsão para Neymar na seleção brasileira
Tricampeão com a seleção brasileira em 70, Tostão admitiu ainda ter esperança que Neymar possa ser importante na próxima Copa do Mundo que será realizada no Canadá, Estados Unidos e México. Recuperado de lesão, o camisa 10 busca agora retomar sua plenitude física no Al-Hilal.
“De vez em quando, minha consciência me critica por ainda ter esperança de que Neymar volte a brilhar e seja decisivo na próxima Copa do Mundo”.