Emerson Leão não poupa elogios ao futebol de Ademir da Guia. Apontado por muitos torcedores sendo o maior ídolo da história do Palmeiras, o ‘Divino’ tinha uma postura discreta nos gramados, mas compensava com a bola nos pés. Como o craque disputou apenas 14 jogos pela seleção, houve uma sinalização de que o legado atuando pelo Brasil poderia ter sido grandioso.
“O Ademir está assanhado agora. Eu encontro com ele… era um capitão que não falava. Nós que falávamos por ele. Mas ele jogava por todos nós. Um atleta que é chamado de ‘Divino’ pelos próprios companheiros, você vê o quanto ele é capaz. Ele jogava muito, não é pouco! Pena que não jogou muito na seleção brasileira.”, disse Leão, no Palmeiras Cast.
“Ele era sempre silencioso, não falava… quando eu encontro com ele, eu falo que ele está assanhado. Esse é o Ademir que nós reverenciamos até hoje.”, acrescentou.
Presente na Copa do Mundo de 1974, Ademir da Guia lamenta que a seleção tenha perdido prestígio entre os jogadores. Mesmo assim, o ‘Divino’ vê como importante a presença de atletas do Palmeiras no seleto grupo.
“Meu pai esteve no Mundial de 1938 na França, e eu tinha um desejo muito grande de também disputar uma Copa. Hoje notamos que os brasileiros não dão mais importância à seleção como antes, os jogadores estão todos lá fora, às vezes nem conhecemos quem é, então ficou um pouco mais distante.”
“Mas acho fundamental o Palmeiras estar sempre levando dois ou três jogadores para a seleção brasileira.”, afirmou Ademir da Guia à Revista Placar.
Leão defende goleiro da Copa de 1982
Fora da convocação da Copa de 1982, Leão apenas torceu pelo Brasil. Apesar do esquadrão de craques em campo, o ex-goleiro considera que houve uma falta de encaixe em campo. Além disso, a traumática eliminação contra a Itália não foi atrelada ao desempenho de Waldir Peres. Por fim, o trabalho de Telê Santana na época acabou sendo reprovado.
“Era uma seleção que, tecnicamente, era maravilhosa. Mas não se encontrava particularmente e coletivamente entre si. Sempre tinham dúvidas, independente da capacidade individual dos jogadores. Encheram a bola antes da hora.”
“O treinador era teimoso, escalou alguma coisa problemática e que todo mundo achou errado. Tentaram culpar o Waldir Peres e que se eu estivesse lá não acontecia. Não! O Waldir Peres foi um bom amigo e um excelente goleiro. O treinador era o Telê. Não gostei. Em 86, quando vi de perto, gostei menos ainda.”, relatou.