Junior, ídolo do Flamengo, deixou o clube para defender o Torino em 1984 e, por lá, viveu uma das maiores rivalidades do país, a de seu clube com a Juventus.
Porém, Junior foi vítima de um lamentável episódio de racismo por parte da torcida rival em um jogo do Campeonato Italiano. Na oportunidade, em um clássico, torcedores da Juventus colocaram uma faixa no estádio com o termo: ‘Junior negro sujo’.
Em entrevista ao Ge, o ex-jogador do Flamengo abriu o jogo sobre o caso e sobre sua resposta após a partida.
“Eu era do Torino e a torcida da Juventus, no dérbi da cidade, colocou uma faixa: ‘Junior negro sujo’. Aí meu colega falou: ‘Você já viu aquela faixa?’. E eu disse: ‘Ah, deixa isso pra lá, a gente tem que jogar e ganhar o jogo'”, lembrou Junior, dando a entender inicialmente que passaria em branco pela ofensa.
Porém, após a partida, ele concedeu uma entrevista à imprensa italiana e disparou sobre o ato racista dos torcedores da Juventus.
“Termina, a gente ganha o jogo, e um jornalista vem e me pergunta: ‘Você viu a faixa?’. E eu respondo: ‘Melhor ser negro sujo do que ser juventino'”, disparou Junior, que seguiu:
“O cara falou: ‘Ah, é assim?’. E eu falei: ‘É assim’. Ofensa vai por ofensa. Hoje eu não responderia dessa forma, mas foi a única maneira que encontrei de retribuir a ofensa que tinham feito à minha pessoa.”
Junior foi ídolo no Torino
O então jogador titular do Flamengo e da seleção brasileira deixou o país para jogar no futebol italiano, onde defendeu o Torino por três temporadas. Ele se tornou ídolo da torcida e disputou 111 jogos, com 18 gols marcados. Em 1987, porém, Junior saiu para defender outro clube italiano, o Pescara, onde ficou por um ano e meio até voltar ao Brasil para mais uma passagem pelo Flamengo.