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Mesmo sem vencer, Corinthians mostra que tem condições de ser mais competitivo

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o empate contra do Timão com o Atlético-GO e as ideias de António Oliveira na partida

Por Luiz Ferreira em 12/06/2024 07:36 - Atualizado há 7 meses

Atlético-GO e Corinthians empataram em 2 a 2 nesta terça-feira (11). (Créditos: Ingryd Oliveira / Atlético Clube Goianiens)

É óbvio que o que mais importa para o torcedor do Corinthians numa semana que começou recheada de polêmicas extracampo são os três pontos. Eles não vieram contra o organizado Atlético-GO de Jair Ventura (que merece mais crédito por parte da imprensa), mas a partida deixou pontos positivos e um fio de esperança.

Isso porque o escrete comandado por António Oliveira conseguiu ser competitivo e criou problemas para o Dragão mesmo depois da justa (e tola) expulsão de Gustavo Henrique ainda na primeira etapa.

O Timão ainda está muito longe daquilo que seu torcedor quer e do potencial que nomes como Yuri Alberto, Raniele, Wesley, Igor Coronado e Rodrigo Garro possuem. Porém, não deixa de ser uma maneira de se observar o copo “meio cheio” num momento tão conturbado.

Ao mesmo tempo, o empate desta terça-feira (11) não deixa de ser um balde de água fria nos jogadores. Abrir dois a zero em cima do Atlético-GO no Estádio Antônio Accioly com um jogador a menos e sofrer o empate é realmente frustrante. Mesmo assim, a atuação do Corinthians deixou pontos positivos.

Vantagem do Timão, expulsão de Gustavo Henrique e “ônibus estacionado”

O técnico António Oliveira voltou a apostar no 4-3-3/4-1-4-1 com Igor Coronado e Wesley pelos lados, Breno Bidon e Rodrigo Garro mais por dentro, e Yuri Alberto no comando de ataque. Do outro lado, Jair Ventura mantinha o Atlético-GO jogando no seu 4-2-3-1 costumeiro com Shaylon e Luiz Fernando pelas pontas, Rhaldney e Baralhas muito participativos no meio-campo e Emiliano Rodríguez na referência ofensiva. E o cenário estava mais favorável ao Dragão.

Formações iniciais das duas equipes. Apesar da formação mais ofensiva nesta terça-feira (11), o Corinthians viu o Atlético-GO controlar mais o jogo nos primeiros minutos.

Com a torcida empurrando dentro do Estádio Antônio Accioly, o Atlético-GO mantinha a bola no ataque e criava boas tramas com as subidas de Maguinho e Guilherme Romão no corredor aberto pelos pontas.

No entanto, a estratégia do Corinthians estava clara: atrair a marcação adversária e abrir espaços para Yuri Alberto invadir a área adversária. Exatamente como aconteceu aos catorze minutos, com o lançamento de Cacá e a movimentação de Garro arrastando a marcação.

Rodrigo Garro e Igor Coronado atraem a marcação do Dragão e Yuri Alberto recebe o lançamento de Cacá com tempo e espaço para abrir o placar. Foto: Reprodução / Premiere / GE

A expulsão de Gustavo Henrique por conta de um segundo cartão amarelo infantil deixou o cenário ainda mais favorável ao Atlético-GO, embora o Corinthians não tenha se intimidado.

António Oliveira só recompôs o setor defensivo depois dos dez minutos da segunda etapa, com a entrada de Caetano no lugar de Igor Coronado. O Timão não mudou seu estilo de jogo. Manteve as linhas de marcação mais baixas e apostou nos contra-ataques com Wesley pela esquerda.

É interessante notar que, mesmo com um jogador a menos, o Corinthians conseguiu ser competitivo e criar problemas para seu adversário. Toda a jogada do segundo gol do Timão (e o segundo de Yuri Alberto no jogo) mostram bem isso.

A virada de jogo para Rodrigo Garro às costas de Guilherme Romão e a entrada do camisa nove corintiano entrando na área livre de marcação nos mostram que a equipe de António Oliveira estava sim ligada nos espaços que seu adversário concedia.

Wesley faz a virada de jogo para Rodrigo Garro, Luiz Fernando, Guilherme Romão e Lucas Kal não acompanham e Yuri Alberto faz o segundo do Timão. Foto: Reprodução / Premiere / GE

Com dois gols de vantagem no placar e um homem a menos em campo, era mais do que natural que o Corinthians fosse baixar suas linhas de marcação. Primeiro para dosar o fôlego dos jogadores e depois para tentar aproveitar algum espaço às costas da defesa do Dragão.

Porém, mesmo com o “ônibus estacionado” na frente da área do goleiro Carlos Miguel, o Timão acabou tropeçando nos próprios erros. A começar pelo gol contra de Cacá (que vinha bem no jogo).

António Oliveira “estaciona o ônibus” na frente da área do Corinthians, mas vê Cacá marcar contra e sua equipe sucumbir no final da partida. Foto: Reprodução / Premiere / GE

Notem que até mesmo Yuri Alberto recuou para ser uma espécie de “assistente de lateral” pelo lado direito. António Oliveira, por sua vez, foi reforçando a entrada da sua área com Fausto Vera no lugar de Yuri Alberto e apostando na juventude de Giovane para puxar os contra-ataques.

No entanto, depois de tanto insistir, o Atlético-GO foi premiado com o gol do empate, marcado por Shaylon em penalidade de Hugo em cima de Max já nos acréscimos da partida em Goiânia.

Empate com sabor de derrota, mas com alguns pontos bastante positivos

É verdade que o torcedor corintiano ficou com um certo gosto amargo depois de ver seu time sofrer o empate do Atlético-GO já nos acréscimos. No entanto, é possível tirar coisas boas do jogo do Corinthians desta terça-feira (11).

A primeira delas é o entendimento entre Rodrigo Garro (que vai fazer muita falta contra o São Paulo), Igor Coronado e Matheuzinho pelo lado direito. Os três se movimentaram bastante e criaram problemas para Guilherme Romão e Alix Vinicius.

Vale também destacar a melhora no desempenho de Yuri Alberto. O camisa nove corintiano marcou dois gols de raro oportunismo, se movimentou bastante e ainda ajudou na defesa.

Raniele segue sendo um leão na proteção da zaga e Breno Bidon vem fazendo bons jogos. Há qualidade no time do Corinthians, mas os resultados precisam aparecer.

É óbvio que o clima quente dos bastidores e a situação financeira cada vez mais caótica do clube respingam no campo. Isso é inevitável. E a campanha ruim do Corinthians nesse Brasileirão não deixa de ser um dos efeitos dessa crise.

Por outro lado, há como se ter esperanças para os próximos jogos, já que a equipe mostrou que pode sim ser competitiva e bater de frente com seus adversários dentro de campo. O Timão tem suas qualidades e elas precisam aparecer. E ela precisa aparecer.

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