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Pelé em campo pela Seleção
O Brasil encara o Paraguai nesta sexta-feira (28), em Las Vegas (EUA), pela segunda rodada da Copa América. Há 65 anos, o adversário e a competição eram os mesmos, mas o território era argentino. Lá, o Rei do Futebol disputou a sua única Copa América da carreira aos 18 anos. A Seleção Brasileira precisava na época vencer os paraguaios para depender apenas de si para ser campeã contra a Argentina no último jogo. O resultado foi um show dos atuais campeões do mundo, com três gols de Pelé e vitória por 4 a 1.
Apesar de ter vencido a Copa de 58 de maneira precoce, Pelé ainda não era autoridade absoluta no futebol e buscava se consolidar. No entanto, a visão da imprensa na época já apontava a perspectiva de uma grande estrela, como mostra a pesquisa realizada pelo Torcedores.com em edições de 1959 do Jornal dos Sports, principal periódico esportivo da época e que era dirigido por Mário Filho, maior entusiasta da construção do Maracanã e que hoje dá nome ao estádio.
“Pelé não tremeu, absolutamente. Disputou a taça Jules Rimet com a naturalidade de quem joga uma pelada de pé descalço. Outro qualquer, com a sua idade, estaria suando frio e alucinado. Como explicar essa desenvoltura de um garoto? Acho que tal comportamento resulta de uma fabulosa saúde emocional”, escreveu o renomado escritor Nelson Rodrigues, à época colunista do Jornal dos Sports.
Indignação de Pelé com uruguaios
Menos de um ano após ser campeão do mundo pela primeira vez, a Seleção Brasileira disputou a Copa América na Argentina com praticamente o mesmo time que levantou a taça Jules Rimet em 1958. Lá estavam Pelé, Garrincha, Didi, Nilton Santos e outros craques que, surpreendentemente, não conquistaram a competição – que foi disputada por sete seleções no formato de pontos corridos em turno único. O Brasil empatou dois jogos, contra Peru e Argentina, enquanto venceu outros quatro: contra o Chile, Bolívia, Uruguai e Paraguai. O duelo contra os uruguaios foi duro e gerou comentário de Pelé, que concedeu entrevista após o jogo.
“Estes uruguaios não tomam juízo. Mas, ganhamos e isso é tudo. Levei pontapé à vontade, mas estou pago. Jamais esquecerei essa vitória”, comentou o camisa 10 após vitória sobre a Celeste por 3 a 1.
Melhor jogador e artilheiro
Pele não foi campeão da Copa América, mas chegou muito perto. Bastava uma vitória contra a Argentina no último jogo. Contudo, foi artilheiro com oito gols e eleito o melhor jogador do torneio. Ele marcou um gol contra o Peru na estreia, dois contra o Chile na segunda partida, um contra a Bolívia, outros três contra o Paraguai e, na partida decisiva contra a Argentina, foi dele o tento brasileiro no empate por 1 a 1.
Argentina fez campanha quase perfeita
A Argentina jogou para 80 mil pessoas no Monumental de Nuñez, estádio do River Plate, em todas as partidas. A campanha foi quase 100%, com apenas um empate contra o Brasil na última partida. De resto, vitórias sobre todos os adversários, incluindo goleadas contra o Chile (6 a 1) e Uruguai (4 a 1).
Foto: UtCon Collection / Alamy
