Milly Lacombe defende paralisação do futebol em meio à tragédia no RS
Jornalista disse que não há mais "lado humanitário" no mundo em meio ao que ocorre no Sul e que atualmente é "tudo por contrato"
A jornalista Milly Lacombe, durante participação no programa UOL News Esporte, defendeu a paralisação do futebol brasileiro em meio às enchentes que atingem o Rio Grande do Sul, que tem atualmente mais de 1,3 milhões de afetados e mais de 90 mortos já confirmados, além de centenas de desaparecidos.
Para Milly Lacombe, entretanto, não há mais pensamento “humanitário” no futebol e que isso não deve ocorrer.
“Humanitariamente, tem que parar. Olha o que está acontecendo, a gente está vendo? Só que é tudo por contrato, não tem mais humanitário no mundo dos negócios, essa palavra nem existe, isso fica pra gente debater aqui”, disse a jornalista durante o programa do UOL.
“Quando acontece alguma coisa assim, sentam os advogados, os executivos em volta de uma mesa, acha aí a cláusula que diz quanto é e quem vai ter que pagar. Então esse lado humanitário nesse mundo pós-capitalista, ele não existe mais, ele existe aqui, quando a gente está debatendo, vendo imagens e se dilacerando pelo sofrimento alheio.”
Milly Lacombe ainda chamou a atenção para a atitude de jogadores no RS
A jornalista destacou que o dinheiro mantém o futebol brasileiro em atividade enquanto os clubes gaúchos seguem inativos em meio às chuvas.
Milly Lacombe chamou a atenção para o atacante Diego Costa, do Grêmio, que está ajudando no resgate em Porto Alegre.
“Não, não pode, essa pessoa, esse patrocinador, se pagar isso, ano que vem não vai mais patrocinar a gente. Isso vai sair dos nossos bolsos? Não, então continua jogando aí. Quando a gente fala assim, ‘ah gente, mas os times do Sul eles não podem mais viajar”, apontou a comentarista.
“Eles não podem treinar, eles estão na rua ajudando, o Diego Costa foi ajudar, pegou o jipe dele que tem 4 m de altura, sei lá quanto, e foi resgatar pessoas’. Os caras estão lá, dando a cara, metendo a cara para ajudar. Então, não é só porque inundou, não há como você pensar em treinar com uma situação dessas.”