Milly Lacombe compara Gabigol, do Flamengo, a outro camisa 10 do futebol brasileiro: “Não se brinca”
Jornalista destacou jogador de outra equipe do país que recebeu a camisa 10 e conseguiu "sacralizar" e não "profanizar"
Gabigol em ação pelo Flamengo (Gilvan de Souza / Flamengo)
Milly Lacombe, em sua coluna do UOL Esporte, fez uma comparação entre Gabigol, do Flamengo, e Luciano, do São Paulo, que receberam a camisa 10 de suas equipes e têm tomado rumos diferentes quanto às suas torcidas.
Enquanto Gabigol tem perdido a idolatria e perdeu até mesmo a numeração, Luciano tem brilhado no SPFC e marcou um golaço na quarta-feira, contra o Talleres pela Libertadores.
“Gabriel Barbosa e Luciano receberam quase que ao mesmo tempo as pesadas camisas 10 de Flamengo e São Paulo. Nenhum dos dois jogadores é um meia clássico de origem, nenhum deles é considerado um fora-de-série (…) Vagando a 10 em cada um de seus clubes, elas foram oferecidas a eles em nome, me parece, da identificação que desenvolveram com a torcida. Pois bem”, destacou Milly Lacombe sobre Gabigol e Luciano. Ela seguiu:
“Foi nesse ponto que as histórias se separaram. Luciano demorou um pouco para se ajustar ao peso da camisa, mas parece que foi crescendo de produção até que a 10 caísse confortavelmente (…) Já em Gabriel, a camisa de Zico não caiu nada bem.”
Para Milly Lacombe, Gabigol saiu de sua zona de conforto, foi para o banco, e “profanizou” a camisa 10 do Flamengo.
“De cara, ele foi recuando em campo, talvez acreditando que seria o 10 clássico, não sei. Saiu da zona mais confortável para um lugar vazio. Não armou e parou de marcar. Com o tempo, foi para o banco com cara de pirraça e deboche (…) Luciano foi capaz de sacralizar o manto; Gabriel, de profanizar. “
Milly Lacombe aponta outros dois jogadores do Flamengo que mereciam a camisa 10
A jornalista discordou da camisa 10 do Flamengo para Gabigol e defendeu que Gerson e Arrascaeta mereciam mais a camisa de Zico que o atacante.
“Desde o começo eu analisava que a 10 tinha pesado para ele. Não se brinca com essas coisas no futebol. Símbolos valem”, lembrou Milly Lacombe.
“A camisa que um dia foi de Zico não pode ser dada a um 9, por melhor que ele seja. Arrascaeta e até Gerson mereciam a 10 mais do que Gabriel desde sempre.”
