Home Futebol Ex-volante do Vasco, Guarín revela problemas com alcoolismo: “Me desviei”

Ex-volante do Vasco, Guarín revela problemas com alcoolismo: “Me desviei”

Ex-jogador que teve passagem rápida pelo Cruz-maltino revelou os impactos em sua vida pessoal e profissional por conta da adicção

Stefani Couto
Jornalista apaixonada pelo mundo dos esportes e pelas histórias que ele carrega. Com formação em Jornalismo pela Unifran e atualmente me aprofundando no universo do Jornalismo Esportivo em minha pós-graduação, busco sempre ir além das manchetes e trazer os detalhes que fazem toda a diferença.
Fredy Guarín, ex-Vasco

Fredy Guarín, ex-Vasco - Wagner Meier/Getty Images

Fredy Guarín, ex-volante do Vasco e aposentado do futebol desde 2021, fez um relato sincero sobre sua luta contra o alcoolismo. Em entrevista à revista colombiana Semana, o ex-atleta compartilhou detalhes dos problemas pessoais por conta do excesso no consumo de álcool e falou sobre seu processo de recuperação, após ‘bater nas portas do inferno’.

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Em 2021, ele assinou com o Millonarios, mas foi detido por violência doméstica contra os pais. Este episódio marcou o fim de sua carreira futebolística e, pela primeira vez, ele abriu o coração sobre sua dependência do álcool.

“Minha vida não era normal. Não sou atormentado por nada e vivo em paz comigo mesmo. Mas, ao me aposentar do futebol, especialmente da forma abrupta como aconteceu, fiquei perdido. Passei 20 anos focado no futebol, sem me preparar para outra coisa. Fiquei desamparado e tomei decisões ruins”, confessou o ex-atleta.

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Erros e a luta contra o alcoolismo

 “A verdade é que me desviei. Minha decisão foi abusar do álcool. Cometi muitos erros, decisões precipitadas e machuquei muita gente. Fui alcoólatra social por vários anos. Quando saí do Millonarios, em 2021, cheguei em um ponto profundo do meu vício”, declarou o ex-jogador.

Tinha perdido a minha dignidade, o meu círculo social próximo, a confiança dos entes queridos e a coisa mais importante e valiosa que tenho, que são os meus três filhos. Perdi muitas coisas de valor sentimental e de valor amoroso”, lamentou Guarín.

Chegou a um ponto em que eu não podia mais continuar assim. Tive que pedir nova ajuda, já que tinha tentado várias vezes, mas com recaídas“, reconheceu.

Guarín também destacou a importância do reconhecimento e da aceitação na sua recuperação. “O álcool sempre foi o maior gatilho dos meus problemas. Sou 100% alcoólatra, mas estou em recuperação. Aprender com isso me motiva. Fiz isso para recuperar a confiança de meus filhos e familiares”, afirmou o colombiano.

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Aceitar minha condição e me deixar ajudar foram fundamentais. Posso dizer com segurança: esta é a última vez que sofro. Já estive no inferno e sei que não é o melhor lugar“, assegurou.

Além disso, o ex-atleta revelou que o alcoolismo o afastou de seus filhos e arruinou seu casamento com Andreína Fiallo, empresária e influenciadora. “Eu os perdi, mas eles nunca me perderam: estavam ali orando e tentando. Meus pais estiveram, estão e estarão lá para mim com amor, e isso me deixa muito feliz“, disse Guarín.

Eu e meus filhos estamos nesse processo. Estou no processo de recuperar eles. Eles estão, por enquanto, no espaço deles”, explicou.

Ele também falou sobre a perda de seu casamento. “Perdi meu casamento com a Andreína por causa do álcool. Enquanto eu estava bebendo, tomava decisões erradas. Me dói muito ter perdido essa parceira porque é uma relação construída ‘do nada'”, aponta o ex-jogador do Vasco.

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Ela é uma excelente mãe e eu tenho que aceitar, me perdoar e desejar o melhor para ela. Que ela continue sendo a excelente mãe que é. Desejo o melhor para ela — e que um dia ela também possa me perdoar”, conta o colombiano.

Guarín teve uma trajetória intensa e curta no Vasco

O colombiano chegou ao Rio de Janeiro em setembro de 2019, sendo recebido com entusiasmo. O anúncio de sua contratação pelo Cruz-maltino foi feito com um vídeo ao som de “Árvore Seca”, hit dos MCs Tan e Kula, que popularizou o termo “tipo Colômbia” nos bailes funks da cidade.

Guarín teve um início promissor no Vasco: após conquistar a confiança do elenco, marcou seu primeiro gol no quarto jogo e balançou as redes mais duas vezes antes do fim da temporada.

A renovação do contrato foi um dos primeiros desafios de Guarín no Rio. Inicialmente assinado por três meses, o volante recusou-se a negociar uma extensão até que os valores atrasados fossem pagos.

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Após a resolução do impasse, Guarín renovou o contrato e até tatuou a cruz de malta, símbolo do Vasco, no braço esquerdo, em um gesto de amor ao clube.

Entretanto, a euforia não durou. Em 2020, Guarín jogou apenas três partidas antes da pandemia paralisar o futebol brasileiro. Entre junho e julho, já com a retomada dos jogos, ele pediu afastamento dos treinos alegando “problemas pessoais” — na época, ele enfrentava a separação conjugal e recebeu apoio do Vasco, que enviou mensagens dos companheiros de time em seu aniversário de 34 anos.

Apesar de um breve retorno aos treinos, Guarín não vestiu mais a camisa do Vasco em jogos. Em agosto, Alexandre Campello, então presidente do Gigante da Colina, solicitou a rescisão contratual e deu fim à passagem do colombiano pelo clube.

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