Pedido de ministro do Esporte para pausar a Série A causa pressão em entidade; times do RS tiveram partidas adiadas
A possibilidade de paralisação do Brasileirão Série A por conta da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul tem sido um pedido feito por clubes, jogadores e até pelo Governo Federal. E tão pressão pode gerar um impasse com a CBF sobre o assunto, segundo aponta o Uol Esporte.
A entidade ainda não decidiu sobre se irá parar a competição e as pressões de vários lados por uma decisão neste sentido. A decisão inicial foi de adiar todas as partidas envolvendo os clubes gaúchos nas competições da entidade até o dia 27, mantendo o calendário para as partidas dos outros clubes. A Conmebol também optou por adiar as partidas de Grêmio e Internacional em suas competições pelo mesmo motivo.
O ministro do Esporte, André Fufuca, emitiu nota no final desta semana pedindo que a CBF paralisasse todas as competições do futebol nacional por duas semanas. A justificativa do titular da pasta é a de ‘concentrar esforços no apoio às vítimas, na reconstrução de áreas afetadas e na mitigação dos impactos citados pela tragédia’, citando também a ‘salvaguarda do bem estar físico e mental dos atletas das equipes afetadas’.
Durante os últimos dias, foram várias as manifestações pedindo pela interrupção da Série A por causa da tragédia e de suas consequências, mas esta é a que envolve, pela primeira vez, um órgão público e não visões de clubes e atletas, além da imprensa.
Governo pode fazer Brasileirão parar?
Especialistas consultados pelo Uol falaram sobre tal questão e afirmaram que, pelas leis desportivas vigentes no país, a CBF tem ‘total autonomia’ para gerar o Brasileirão, sem qualquer interferência governamental em seus assuntos. Mas ambos veem a nota emitida por Fufuca como uma forma de ‘pressionar’ a entidade para tomar a decisão.
Durante a discussão inicial que gerou o adiamento dos jogos dos times gaúchos, houve uma divisão entre os clubes, com parte se manifestando a favor da parada forçada e outros não. Tal falta de consenso pleno seria um dos obstáculos que a entidade teria de passar para poder fazer a paralisação sem maiores problemas.
Além disso, há as questões de calendário. Como o Brasileirão não irá parar durante a Copa América, um espaço que poderia até ser usado para realizar os jogos adiados se houvesse tal pausa se perdeu. E, dependendo de como a situação se desenvolver na sequência da temporada, a entidade terá de procurar saídas para encaixar os jogos em meio aos mais variados torneios.
Alternativas
Grêmio e Internacional tiveram seus estádios e CTs alagados pelas enchentes em Porto Alegre, e estão impossibilitados de treinar e jogar. O Juventude já retomou os trabalhos, mas sem poder se deslocar para fora do estado (o Aeroporto Salgado Filho está fechado), não pode jogar.
Alguns clubes, como Palmeiras, São Paulo, Athletico-PR e Flamengo, ofereceram suas estruturas para os times gaúchos treinarem no período em que os clubes do RS estejam com suas inutilizadas. Mas questões logísticas podem impedir tal possibilidade.