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Especialista surpreende sobre clube do Brasileirão com administração similar à do Flamengo

Diretor da Sports Value ignora gigantes do Campeonato Brasileiro sobre planejamento em sua gestão e aponta que Fortaleza segue "cartilha" do Rubro-Negro

Luciano Ferreira
Luciano Ferreira é um jornalista graduado no Instituto de Ciências Sociais e Comunicação (ICSC) da Universidade Paulista - UNIP desde 2021. Atuou anteriormente na cobertura de futebol e basquete na agência Wecel Mídia. Atualmente trabalha como redator de esportes no Torcedores.com.
Hércules e Ayrton Lucas disputando a bola em Flamengo x Fortaleza no Brasileirão. (Crédito: Alexandre Loureiro/Getty Images)

Hércules e Ayrton Lucas disputando a bola em Flamengo x Fortaleza no Brasileirão. (Crédito: Alexandre Loureiro/Getty Images)

Especialista em Gestão e Marketing Esportivos, Amir Somoggi debateu diversos pontos sobre administração de clubes no futebol brasileiro durante live com o jornalista João Guilherme. Nesta segunda-feira (15), o profissional abordou o Flamengo como um marco a ser seguido pelos demais times.

Seguindo esta premissa, Amir surpreendeu sobre a equipe que mais leva o modelo de gestão do Rubro-Negro ao ‘pé da letra’. De acordo com o especialista, o Fortaleza é o time do Brasileirão Série A que mais se assemelha ao Mengão, em termos de organização financeira, embora seja dentro de uma realidade financeira proporcionalmente menor.

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Fortaleza se assemelhando ao Flamengo

Na análise de Somoggi, o modelo de gestão do clube da Gávea, iniciado pelo ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, marcou uma nova era no futebol brasileiro. Em meados de 2013, o Rubro-Negro começou um processo de saída de uma dívida superior a R$ 1 bilhão, faturando anualmente R$ 200 milhões, para praticamente saná-la e alcançar um recorde de quase R$ 1,4 bilhão de faturamento dez anos depois.

Enquanto se consolidava financeiramente, a agremiação carioca não se arriscou com contratações caras e manteve elencos modestos.

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“Tem clubes que gosto muito, e o Fortaleza segue esta cartilha do Flamengo, na sua proporção de gastos, obviamente o orçamento do Fortaleza é menor”, iniciou Amir, em sua participação no canal Fala, João, do narrador João Guilherme.

“Mas o conceito é o mesmo: ‘olha, eu não vai dar um passo maior do que a perna, vou crescer organicamente e por quê? Se eu ganhar em campo, vai ter o pagamento de bônus, se não for bem em campo, o ano seguinte está garantido. O Flamengo seguiu isso”, explicou.

Amir Somogggi avalia mudanças no valor das marcas de clubes do Brasileirão

João Guilherme relembrou a rivalidade Flamengo e Vasco, na sua adolescência, para destacar que, na época, o debate era para saber qual dos times tinha o melhor jogador. Se por um lado o Mengão tinha seu ídolo Zico, o Cruz-Maltino era representado por Roberto Dinamite.

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No entanto, esse cenário mudou e hoje o debate entre os rivais é sobre quem tem a marca mais valiosa. Contudo, o Flamengo teria sido o precursor deste novo momento no Brasil.

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“Pois é, acho que isso remete também a uma mudança que aconteceu com a história do Flamengo. Mas na gestão inicial de Bandeira de Mello, a má gestão vinha prevalecendo, o Corinthians com Andrés Sanches, o Cruzeiro sonegando, várias histórias que vieram à tona… o Inter [de Porto Alegre], que o presidente teve até problemas criminais”, enfatizou sobre a mudança de cenário.

“Então esse era um modelo bagunçado que vinha dando resultados para alguns clubes. Como questionar o Corinthians, sendo campeão e acumulando títulos? E aí veio o Flamengo, que a valores atualizados, tinha uma dívida de mais de R$ 1 bilhão, e faturava R$ 200 milhões na época”, disse.

Somoggi avalia que, em meio à crise estampada com sua alta dívida, o Fla optou por tomar um caminho oposto ao que foi tomado pelo Timão e pela equipe celeste.

“A partir daquele momento, a torcida do Flamengo comprou essa ideia: ‘olha, estou com medo, o clube pode realmente sucumbir, é hora da mudança'”, analisa o especialista.

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“Então o torcedor menos letrado em finanças, também entendeu, em um momento que o Flamengo perdia títulos para Corinthians, Cruzeiro, justamente para esses clubes e com um orçamento menor”, sentenciou Amir.

Por fim, Amir finalizou destacando que, na gestão de Bandeira de Mello, sobrava recursos no Flamengo para apenas os pagamentos de passivos, e não para investimentos.

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