
Divulgação/ Santos FC
Há 51 anos, em agosto de 1973, Santos e Portuguesa se enfrentaram no estádio do Morumbi, em São Paulo, em clássico que decidiu o Campeonato Paulista daquele ano.
Na época, o torneio estadual era disputado entre 12 equipes, em dois turnos.
O primeiro turno foi vencido pelo Santos de forma invicta, com oito vitórias, três empates e goleadas como 3 x 0 no clássico contra o Corinthians, 6 x 0 diante do Juventus e 5 x 1 sobre a Ponte Preta.
Já no segundo turno, a Portuguesa de Desportos sagrou-se campeã e se classificou para a final contra o Peixe.
Santos e Portuguesa protagonizaram uma grande decisão no Morumbi, que teve recorde de público com 116.156 torcedores presentes para assistir ao confronto.
Em campo, o Peixe de Pelé e a Lusa de Eneás empataram pelo placar de 0 x 0 durante o tempo regulamentar.
Como também nenhuma das equipes balançou as redes na prorrogação de 30 minutos, a decisão do título seguiu para as cobranças de penalidades.
Do lado santista, o comandante Pepe escalou os cinco cobradores: Zé Carlos, Carlos Alberto Torres, Edu, Pelé e Léo Oliveira.
Pelo time rubro-verde, Isidoro, Calegari, Wilsinho, Basílio e Tatá foram os escolhidos pelo técnico Oto Glória.
E a principal competição estadual do país ficou marcada por um erro grosseiro de matemática, quando o árbitro Armando Marques se equivocou na contagem dos pênaltis e o título acabou posteriormente sendo dividido entre Peixe e Lusa.
Decisão por pênaltis foi encerrada antes pelo árbitro
A Portuguesa iniciou a disputa de pênaltis com Isidoro, que teve a cobrança defendida pelo goleiro santista Cejas.
Em seguida, Carlos Alberto Torres e Edu acertaram as redes para o Peixe e Calegari, do time luso, também desperdiçou sua batida.
Wilsinho, da Portuguesa, acertou a bola no travessão, selando a terceira cobrança desperdiçada pela equipe do Canindé.
Para ser campeão paulista, bastava então ao Santos converter o pênalti seguinte, que seria cobrado por Pelé.
Porém, o árbitro Armando Marques errou na contagem e encerrou as cobranças, apontando o time da Vila Belmiro como vencedor.
Os jogadores e torcedores santistas passaram a comemorar o título, com direito à entrega do troféu e volta olímpica no Morumbi, mas algum tempo depois Armando Marques foi alertado sobre o erro.
O juiz então tentou reiniciar a disputa de penalidades. No entanto, a delegação da Portuguesa já havia deixado o estádio do Morumbi.
“Não foi um erro de direito, foi um erro matemático. Pensei que o Santos tinha uma vantagem matemática insuperável sobre a Portuguesa. A culpa foi toda minha”, declarou o árbitro Armando Marques após a decisão.
A diretoria da Lusa passou a exigir uma nova partida decisiva, enquanto os dirigentes do Santos queriam somente completar a disputa de pênaltis para sacramentar a conquista do título estadual.
Porém, depois de bastante discussão, o presidente da Federação Paulista de Futebol, José Ermírio de Morais, partiu para uma decisão inusitada e, em comum acordo com os dois clubes, declarou Santos e Portuguesa campeões paulistas de 1973.
Ao ser perguntado por jornalistas se a torcida que compareceu ao Morumbi não foi prejudicada com a divisão do título, o presidente da FPF respondeu: “Que nada. A torcida até que viu futebol demais pelo preço que pagou”.
Nesta edição do Paulistão, Pelé assinalou 11 gols e foi o artilheiro da competição pela 11ª vez, além de ter sido o último troféu conquistado pelo Rei do Futebol vestindo a lendária camisa 10 do Santos.
As equipes
PORTUGUESA: Zecão, Cardoso, Pescuma, Calegari e Isidoro; Badeco, Basílio e Xaxá; Enéas (Tatá), Cabinho e Wilsinho; treinador: Oto Glória
SANTOS: Cejas, Zé Carlos, Carlos Alberto Torres, Vicente e Turcão; Clodoaldo, Léo e Jair (Brecha); Eusébio, Pelé e Edu; treinador: Pepe
Santos tem como trunfo Vila Belmiro e apoio dos torcedores no Paulistão hoje https://t.co/0EBwNwEkRN pic.twitter.com/tbAGSftTdO
— Torcedores.com (@Torcedorescom) March 17, 2024