Home Futebol Santos ganha sua melhor versão em bastante tempo graças aos “Piratas do Carille”

Santos ganha sua melhor versão em bastante tempo graças aos “Piratas do Carille”

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação do Peixe na vitória sobre o Red Bull Bragantino e projeta a final do Paulistão

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.
O Santos se garantiu na final do Paulistão ao vencer o Red Bull Bragantino em São Paulo. Foto: Raul Baretta / Santos FC

O Santos se garantiu na final do Paulistão ao vencer o Red Bull Bragantino em São Paulo. Foto: Raul Baretta / Santos FC

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação do Peixe na vitória sobre o Red Bull Bragantino e projeta a final do Paulistão

Não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe. Essa frase se encaixa perfeitamente no momento atual do Santos. De rebaixado pela primeira vez na sua história no ano passado, o Peixe passou por uma reformulação profunda no começo da temporada e está na final do Campeonato Paulista depois de oito anos.

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Tudo graças aos “Piratas do Carille“. O treinador santista pode sim ser considerado um dos principais responsáveis pelo reerguimento do Santos. E a vitória sobre o Red Bull Bragantino nos apresentou uma equipe altamente competitiva e consistente, que marca e ataca com força e que tem força mental para superar momentos difíceis. A imposição técnica e tática na partida desta quarta-feira (27) na Neo Química Arena foi claríssima.

Fábio Carille tem conhecimento de sobra e encontrou a melhor versão de um Santos sedento por dias melhores. Pelo menos nesse primeiro semestre de 2024, com os bons resultados e a classificação para a decisão do Campeonato Paulista. Parece pouca coisa, mas pode ser um vislumbre do que está por vir ainda nessa temporada.

Santos toma conta da Neo Química Arena e se impõe dentro de campo

Além da atmosfera na Neo Química Arena, o Santos soube como controlar bem os espaços diante do Red Bull Bragantino. E tudo começou na escalação inicial. Enquanto Pedro Caixinha mantinha seu 4-3-3 básico no Massa Bruta (com Matheus Fernandes na frente da zaga e Eric Ramires aparecendo na frente), Fábio Carille teve o retorno de Giuliano e a manutenção do seu 4-2-3-1 básico. A única diferença era a inversão do posicionamento de Joaquim e Gil na defesa.

Santos x Red Bull Bragantino
Formação inicial das duas equipes. Pedro Caixinha manteve Eric Ramires entre os titulares e Fábio Carille teve o retorno de Giuliano na equipe santista.

Para “quebrar” a pressão alta do Red Bull Bragantino, o Santos apostou no bloco mais baixo de marcação e na proteção da área do goleiro João Paulo. O Massa Bruta cicrulava a bola, mas não conseguia entrar na área do Peixe que, por sua vez, sempre acionava Júlio Furch com bolas longas assim que retomava a posse. Foi assim que nasceu o escanteio que resultou no gol de Joaquim aos oito minutos da primeira etapa. Fábio Carille acertava na estratégia.

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Formação defensiva do Santos
O Santos recuou suas linhas e para proteger a área. Retomada a posse, o time buscava Julio Furch no comando de ataque. Foto: Reprodução / YouTube / Paulistão

É verdade que o Massa Bruta passou a ficar mais com a bola e conseguiu impôr o estilo que eu e você conhecemos bem, de toques rápidos, circulação às costas de Diego Pituca e João Schmidt e muita intensidade no campo de ataque. No entanto, a equipe de Pedro Caixinha quase não entrava na área. E isso faciitou demais a vida do Peixe, que levava perigo nos contra-ataques.

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Aos poucos, ia ficando claro que o grande problema do Red Bull Bragantino era a transição defensiva. João Schmidt deixou isso claro ao roubar a bola de Helinho e iniciar a jogada do segundo gol do Santos. Diego Pituca foi importante no passe em profundidade para Pedrinho às costas de Juninho Capixaba. Enquanto isso, Guilherme escapou pela esquerda e só escorou para as redes.

Início do lance que originou o segundo gol do Santos
João Schmidt rouba a bola, serve para Diego Pituca e este lança Pedrinho. O Santos aproveitou os problemas do Massa Bruta. Foto: Reprodução / YouTube / Paulistão

A segunda etapa nos mostrou uma melhora do Bragantino depois das entradas de Thiago Borbas e Mosquera nos lugares de Vitinho e Matheus Fernandes. Logo aos seis minutos da segunda etapa, Eduardo Sasha aproveitou falha de marcação e diminuiu em belo chute. Mas o Santos não se abalou. Além de marcar o terceiro com Giuliano, o time de Fábio Carille levou perigo nos contra-ataques e evidenciou ainda mais as fragilidades defensivas do seu adversário.

Formação ofensiva do Santos no segundo tempo
O Red Bull Bragantino teve dificuldades para conter os contra-ataques do Santos no segundo tempo. O time não se achou. Foto: Reprodução / YouTube / Paulistão

Não é exagero afirmar que o Peixe poderia até ter aumentado a vantagem se o quarteto ofensivo tivesse tomado melhores decisões. Mesmo assim, os “Piratas do Carille” mostraram consistência e muita competitividade para conter um adversário forte na Neo Química Arena. João Schmidt foi um gigante no meio-campo, Pedrinho levou Juninho Capixaba à loucura com suas escapadas e Hayner foi importante na marcação até ser expulso de maneira exagerada.

“Piratas do Cariile” entregam versão mais competitiva do Santos em anos

É verdade que o torcedor santista está empolgado com a chance de conquistar um título importante nessa caminhada de volta à elite do Brasileirão. Afinal de contas, o que ele e todos nós vemos em campo é uma equipe competitiva, talvez a melhor versão de um Santos que precisava entender o contexto atual e abandonar certos “dogmas” levantados por muitos no clube. E nesse ponto, Fábio Carille vem sendo importantíssimo em todos os aspectos.

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A retomada da confiança, a necessidade de se compreender que o cenário pede mais competitividade e os resultados mostram que os “Piratas do Carille” estão no caminho certo. Difícil dizer se o Santos será o campeão estadual de 2024. Mas precisamos reconhecer que a equipe parece estar no caminho certo para se livrar do calvário.

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