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Precisamos falar sobre a surpreendente Inter de Milão e o trabalho de Simone Inzaghi

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca os pontos fortes do escrete Nerazzurri e a vitória sobre o Genoa nesta segunda-feira (4)

Por Luiz Ferreira em 05/03/2024 07:41 - Atualizado há 9 meses

Inter de Milão - Reprodução / Twitter / Inter

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca os pontos fortes do escrete Nerazzurri e a vitória sobre o Genoa nesta segunda-feira (4)

Poucas equipes têm mostrado uma consistência e uma regularidade tão grande como a Inter de Milão. Sem exagero, a equipe comandada por Simone Inzaghi vem impressionando muita gente, não somente pelos resultados obtidos no ano de 2024 (ver no tweet abaixo), mas pelas atuações sólidas e pelos bons resultados.

O escrete Nerazzurri é líder do Campeonato Italiano com 15 pontos de vantagem para o segundo colocado (a Juventus). Tem o melhor ataque (69 gols marcados) e a melhor defesa (apenas 13 sofridos) da competição, é o atual campeão da Supercopa da Itália e ainda tem boa vantagem sobre o Atlético de Madrid nas oitavas da Liga dos Campeões da UEFA. E tudo isso apresentando um futebol coeso, bastante organizado e muito bem executado.

Não é por acaso que a Internazionale é um dos times mais agradáveis de se ver em campo. As transições ofensivas são muito bem feitas, o time tem muita solidez defensiva, sabe tratar bem a bola e ainda traz um elemento que agrada muito este que escreve: a utilização de uma dupla de ataque. Tal como víamos nos já longínquos anos 1990.

O estilo de jogo, a admiração de Thierry Henry e a vitória sobre o Genoa

Este que escreve confessa que teve a ideia de analisar a Inter de Milão mais de perto depois que o grande Leonardo Bertozzi traduziu esse vídeo, em que o ex-atacante Thierry Henry mostra sua admiração pela equipe comandada por Simone Inzaghi. O campeão do mundo em 1998 usa a prancheta virtual para dar detalhes sobre o estilo de jogo do escrete Nerazzurri, as vantagens do 5-3-2 utilizado na equipe e outros pontos. É bem interessante.

Essa dinâmica destacada por Thierry Henry foi vista na vitória sobre o Genoa nesta segunda-feira (4). Pavard, De Vrij e Carlos Augusto formaram o trio defensivo, Dumfries e Dimarco foram os alas, o albanês Asllani formou o meio-campo com Barella e Mkhitaryan e Lautaro Martínez fez dupla de ataque com Alexis Sánchez. E desde o início da partida foi possível observar uma característica importante desse time: todos marcam e todos criam.

A Inter de Milão entrou em campo armada no 5-3-2/3-5-2 costumeiro de Simone Inzaghi. Todos marcam e todos criam na equipe Nerazzurri. Foto: Reprodução / YouTube / ESPN Brasil

É bastante comum ver algum dos meio-campistas fazendo a ultrapassagem e atacando o espaço aberto pela dupla de ataque. Ou um dos alas aparecendo por dentro para criar superioridade numérica. Foi assim que Asllani abriu o placar logo aos 30 minutos da primeira etapa depois de belíssima triangulação feita por ele, Barella e Lautaro Martínez. A chegada dos volantes e dos alas é um dos pontos fortes da Internazionale de Simone Inzaghi.

Alexis Sánchez abre o espaço, Barella passa para Lautaro que joga na profundidade para Asllani carregar e abrir o placar para a Inter. Foto: Reprodução / YouTube / ESPN Brasil

Se as transições ofensivas funcionam bem, o mesmo pode ser dito do sistema defensivo. Há momentos em que este que escreve teve a sensação de que a Inter de Milão marcava numa espécie de 5-5-0 por conta do posicionamento da dupla de ataque (quase alinhada à trinca de meio-campistas). Seja como for, a equipe Nerazzurri mostra muita solidez quando é atacada e ainda conta com as defesas cinematográficas do suíço Yann Sommer quando é necessário.

Alexis Sánchez e Lautaro Martínez baixam até a linha dos volantes e ajudam a fechar ainda mais os espaços na frente da área nerazzuri. Foto: Reprodução / YouTube / ESPN Brasil

A Internazionale é consistente e também sabe aproveitar a posse da bola. Contra o Genoa, a equipe de Simone Inzaghi ficou com a redondinha em 62% do tempo e finalizou 15 vezes sendo cinco na direção do gol. Volume de jogo bem diferente das duas finalizações no gol feitas pelo adversário desta segunda (4), durante os noventa e poucos minutos de jogo. A precisão no acerto dos passes (89%) e a organização tática fazem da Inter uma equipe bem difícil de ser batida.

O legado deixado por Antonio Conte e os toques pessoais de Simone Inzaghi

É verdade que Simone Inzaghi aproveitou muita coisa deixada por Antonio Conte. No entanto, é possível identificar vários mecanismos do atual treinador da equipe de Milão. O próprio Leonardo Bertozzi destacou na sua conta no X (o antigo Twitter) que uma versão não existiria sem a outra. De fato, temos uma base deixada por Conte. Principalmente na defesa. Mas não podemos fechar os olhos para o grande trabalho de Inzaghi na Inter.

Vale lembrar que as saídas de Brozovic e Lukaku foram muito bem repostas e que o restante do elenco se mostra bastante comprometido com a proposta de jogo. Os números apresentados nesta análise nada mais são do que resultado do futebol apresentado dentro de campo. Afinal de contas, nenhuma equipe abre quinze pontos na liderança por acaso.

Lembrem-se de que foi essa mesma Inter de Milão que causou vários problemas para o poderoso Manchester City de Pep Guardiola na final da Champions League passada. E o que eu e você estamos vendo nesses primeiros meses de 2024 é o amadurecimento de uma equipe que vem encantando muita gente lá pelos lados do Velho Continente. Certo é que a Inter é um adversário bem difícil de ser batido. É isso que o campo nos mostra jogo a jogo.

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