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Intensidade, força mental e resiliência são as marcas do Bayer Leverkusen de Xabi Alonso

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o trabalho do treinador espanhol e a vitória sobre o Hoffenheim pela Bundesliga

Por Luiz Ferreira em 31/03/2024 09:45 - Atualizado há 8 meses

O Bayer Leverkusen venceu o Hoffenheim e Xabi Alonso foi bastante festejado pela torcida. Foto: Reprodução / X / Bayer 04 Leverkusen

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o trabalho do treinador espanhol e a vitória sobre o Hoffenheim pela Bundesliga

Poucas equipes vêm chamando tanta atenção como o Bayer Leverkusen. A sequência invicta (39 jogos), a vantagem na liderança da Bundesliga (treze pontos para o Bayern de Munique), o estilo ofensivo e a impressionante resiliência dos “Leões” apontam para uma pessoa: Xabi Alonso. O trabalho do espanhol é fantástico.

A vitória sobre o Hoffenheim neste sábado (30) foi apenas mais uma amostra do incrível volume ofensivo da equipe localizada na região da Renânia do Norte-Vestfália. A equipe não abriu mão do plano de jogo estabelecido por Xabi Alonso e conquistou uma virada impensável. Aos 43 minutos da segunda etapa, Andrich empatou a partida e Schick virou já nos acréscimos. O time é intenso, organizado e persistente ao extremo.

Não é de se estranhar que o Bayer Leverkusen tenha chegado tão longe. Xabi Alonso sabe bem o que faz com um elenco que traz a experiência do suíço Granit Xhaka e a juventude de Florian Wirtz, a firmeza de Piero Hincapié e Jonathan Tah e a velocidade de Grimaldo e Frimpong. É um time vertical e muito organizado.

Do gol do Hoffenheim até a virada emocionante nos acréscimos

Para a partida deste sábado (30), Xabi Alonso apostou no seu 3-4-2-1 costumeiro com Grimaldo e Frimpong tão espetados que lembravam os pontas dos anos 1970 e 1980. Mais à frente, Schick prendia os zagueiros enquanto Wirtz e Hofmann ocupavam a entrelinha do Hoffeinheim. Um pouco mais atrás, Xhaka organizava o jogo junto com o trio de zagueiros quase na intermediária de ataque. As linhas altas e as trocas de passe geravam muito volume de jogo.

Schick prende os zagueiros, Wirtz e Hofmann ocupam a entrelinha e Frimpong e Grimaldo viram pontas. Linhas altas e muito volume no Bayer. Foto: Reprodução / SPORTV / GE

É verdade que o sistema defensivo falhou no gol de Maximilian Beier ainda na primeira etapa. Falha coletiva de marcação e de cobertura defensiva numa das únicas boas jogadas do Hoffenheim na partida. Por conta das linhas mais altas e do grande volume de jogo, o 3-4-2-1/5-2-3 de Xabi Alonso exige muito dos jogadores na recomposição e bastou apenas uma troca de passes entre Jurásek, Beier e Weghorst para que a defesa do Bayer se desarrumasse.

Tohumcu arrasta a marcação de Andrich pelo lado esquerdo e abre o espaço onde Beier tabela com Weghorst no lance do gol do Hoffenheim. Foto: Reprodução / SPORTV / GE

Com a cobertura defensiva e a pressão pós-perda ajustadas, o Bayer Leverkusen tratou de fazer aquilo que sabe fazer de melhor: atacar. E atacar MUITO. Não é exagero nenhum afirmar que o Hoffenheim não conseguiu mais sair do seu campo diante do claro domínio do seu adversário. Xabi Alonso ia aumentando ainda mais o poderio ofensivo da sua equipe com as entradas de Iglesias, Tella e Amine Adli, deixando apenas Jonathan Tah e Stanisic na última linha.

Vale destacar a impressionante resiliência do Bayer Leverkusen. A equipe comandada por Xabi Alonso não entregou os pontos em nenhum momento e seguiu pressionando em busca dos gols que tanto precisava e queria. Os “Leões” gostam de trabalhar a bola pelo chão, mas não abrem mão do “abafa” quando necessário. O empate veio com Andrich (depois de bola levantada na área) e a virada veio com Schick já nos acréscimos em bela jogada de Stanisic e Tella pela direita.

O Bayer Leverkusen circula a bola de um lado para o outro até encontrar o momento de atacar a última linha com Stanisic, Tella e Scchick. Foto: Reprodução / SPORTV / GE

Notem que não estamos apenas falando de um time organizado e intenso. Estamos falando de uma equipe que leva tudo isso às últimas consequências. Difícil não admirar a força mental e a altíssima capacidade de concentração desses jogadores nos momentos mais complicados e nos cenários mais tensos. O Bayer Leverkusen não chegou aonde chegou por obra do acaso. Xabi Alonso conseguiu transformar esse clube num dos mais competitivos da Europa.

A busca do Bayer Leverkusen pelo título inédito da Bundesliga

A virada emocionante sobre o Hoffenheim veio no dia seguinte ao “fico” de Xabi Alonso. Pretendido por clubes como Bayern de Munique e Liverpool para a próxima temporada, o treinador espanhol confirmou que não sai do Bayer Leverkusen e que deve permanecer no clube na próxima temporada. Ao mesmo tempo, a proximidade do título inédito da Bundesliga e as boas campanhas na Copa da Alemanha e na Liga Europa devem trazer ainda mais holofotes para ele e sua equipe.

E vamos combinar que não é nada fácil resistir aos assédios de clubes da primeira prateleira do futebol mundial. Xabi Alonso e o seu Bayer Leverkusen já mereciam a nossa atenção somente por ousarem tirar o Bayern de Munique da briga pelo que seria o 12º título nacional CONSECUTIVO. O feito do time da Renânia do Norte-Vestfália não deixa de ser histórico por isso também.

Resta saber se o Bayer terá força mental para manter a sequência invicta de 39 partidas e se Xabi Alonso vai conseguir tirar ainda mais intensidade do elenco nessa reta final de temporada europeia. Fato é que a equipe segue surpreendendo, seja no âmbito tático ou nos números, seja a nível doméstico ou internacional. A única certeza deste que escreve é que muito provavelmente falaremos desse histórico Bayer Leverkusen por mais algum tempo. E num bom sentido.

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