A convocação de Dorival Júnior desta sexta-feira (2), a primeira do técnico, consolida a situação de uma das maiores promessas do futebol brasileiro: Endrick é, definitivamente, um jogador de Seleção. Ao mesmo tempo, traz uma “boa notícia” para Raphael Veiga no Palmeiras.
Se o atacante de 17 anos foi chamado pela segunda vez consecutiva para a seleção brasileira, afirmando sua condição de selecionável, o meia de 28 — que voltou a ficar fora da lista dos convocados após praticamente um ano — vê uma situação mais favorável para voltar a brilhar no Verdão.
Isso porque os números de Raphael Veiga em 2024, antes da volta de Endrick da seleção olímpica, são muito superiores aos depois da volta do camisa 9 palmeirense. Nas primeiras cinco partidas da temporada, o camisa 23 anotou quatro gols (0,8 gol por jogo), enquanto as duas últimas, já com o jovem de volta à escalação de Abel Ferreira, teve apenas um gol marcado (0,5 gol/jogo).
Lesão no olho e testes de Abel Ferreira atrapalham ‘encaixe’ de Endrick e Raphael Veiga no Palmeiras
Claro que a frieza dos números não conta toda a história. O período da volta de Endrick ao Palmeiras, por exemplo, coincidiu com uma sequência de três jogos ausente de Raphael Veiga. O meia teve um problema ocular e ficou de fora das partidas contra Santo André, São Bernardo e Corinthians, sendo opção de banco nesta última, mas sem entrar em campo.
Ao mesmo tempo, os jogos diante do Mirassol e da Portuguesa, assim como o anterior ao período de desfalque, contra o Ituano, tiveram modificações na escalação do Verdão, tratadas como testes pelo técnico Abel Ferreira. Em um destes testes, por exemplo, o meia atuou como atacante, uma função que o jogador não costuma ter um grande rendimento.
Enquanto isso, na partida em que o Palmeiras atuou somente com Endrick, e sem Veiga, contra o Corinthians, o camisa 9 teve uma das melhores, se não a melhor, atuação individual da equipe na temporada.
Da mesma maneira, o desempenho do camisa 23 alviverde não pode ser analisado somente pelos gols. As atuações do jogador, para além dos números, foram, de fato, abaixo da média.
Tudo pode ser uma questão de entrosamento e encaixe. Dentro de campo, o meia e o atacante ocupam faixas similares no campo, na intermediária ofensiva (entre o meio de campo e a grande área) pela direita. Como ambos são canhotos, também têm a tendência de se movimentarem de fora para dentro.
Mas o que neste momento pode atrapalhar, com a sequência da temporada pode significar maior proximidade e maiores possibilidades de tabelas entre Endrick e Veiga, como tanto aconteceram na reta final do Brasileirão 2023 — e como se viu na jogada abaixo (3:38), na vitória do Palmeiras sobre o Mirassol.