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Bahia brinca com a sorte diante do Caxias e quase se complica na Copa do Brasil

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o empate no Estádio Centenário e as escolhas de Rogério Ceni na partida desta terça-feira (12)

Por Luiz Ferreira em 13/03/2024 06:59 - Atualizado há 8 meses

O Bahia se classificou para a terceira fase da Copa do Brasil - Foto: Tiago Caldas / Esporte Clube Bahia

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o empate no Estádio Centenário e as escolhas de Rogério Ceni na partida desta terça-feira (12)

Não é segredo pra ninguém que acompanha o espaço aqui no TORCEDORES que o Bahia é uma das equipes que mais suscita a curiosidade deste que escreve. Só que a equipe comandada por Rogério Ceni quase se complicou diante de um aguerrido Caxias. Tudo porque o Esquadrão resolveu brincar com a sorte.

A partida estava controlada até a metade do segundo tempo. O Tricolor de Aço mostrava um futebol envolvente, de boas trocas de passe e de muito entendimento entre Everaldo, Jean Lucas, Cauly e Everton Ribeiro nas jogadas de ataque. No entanto, tudo isso ficou em segundo plano depois da atuação displicente na reta final da partida e do drama da disputa de penalidades. Foram oito para cada lado até que Victor Cuesta fechasse o confronto.

Frases como “a bola pune” devem se transformar no tema central das preleções de Rogério Ceni com o elenco do Bahia daqui pra frente. Ainda mais sabendo que o Caxias expôs alguns dos problemas defensivos do Esquadrão e só não ficou com a vaga na terceira fase da Copa do Brasil por questão de detalhe.

Excesso de preciosismo quase complica as coisas para o Bahia

Argel Fucks (AQUELE MESMO) mandou o Caxias a campo com a base que vinha disputando o Gauchão (atuando num 4-1-4-1 com Gabriel Silva, Tomás Bastos e Vítor Feijão no ataque). Já Rogério Ceni apostou no mesmo 4-3-3/4-3-1-2 que venceu o Ceará pela Copa do Nordeste. Everton Ribeiro e Jean Lucas jogaram mais adiantados em relação a Caio Alexandre, Everaldo e Thaciano buscavam as entradas em diagonais e abriam o corredor para Santiago Arias e Rezende.

Formações iniciais das duas equipes. Argel Fucks repetiu a base do Caxias e Rogério Ceni apostou num Bahia com Everaldo mais pelo lado e Cauly se movimentando.

O gol contra de Caio Alexandre não abalou a equipe soteropolitana. Isso porque o Caxias encontrava dificuldade para se defender diante da movimentação de Everton Ribeiro, Caio Alexandre, Jean Lucas e Cauly na frente da área. Os jogadores se aproximavam, trocavam passes e sempre procuravam o espaço generoso que o escrete comandado por Argel Fucks abria na entelinha.

Não demorou muito para que Cauly empatasse a partida aos 18 minutos depois de bela troca de passes por dentro. Aos quarenta, foi a vez de Thaciano aparecer dentro da área para escorar o cruzamento de Everaldo para as redes. O que se via no Estádio Centenário no primeiro tempo era um Bahia envolvente e que não deixava seu adversário respirar na partida.

Caio Alexandre recebe e vê Cauly e Everton Ribeiro buscando o espaço na entrelinha. Jean Lucas se projeta pelo lado esquerdo. Foto: Reprodução / SPORTV / GE

O Caxias, por sua vez, via que a estratégia de apostar nas ligações diretas não estava funcionando e resolveu sair um pouco mais para o ataque no segundo. Só que isso abriu ainda mais espaços para o Bahia. Não é exagero nenhum afirmar que a equipe comandada por Rogério Ceni poderia ter ampliado a vantagem antes dos vinte minutos de jogo em dois ou mais gols. Principalmente diante da péssima recomposição defensiva do time de Argel Fucks.

Everaldo abre espaço para as infiltrações de Cauly e Santiago Arias na direita. Além deles, Thaciano e Jean Lucas aparecem por dentro. Foto: Reprodução / SPORTV / GE

O Bahia era sim superior e poderia ter “matado” o confronto. Diante disso, Argel Fucks tentou aumentar o poderio ofensivo do Caxias com as entradas de Álvaro, Geílson e Robinho e a mudança do 4-1-4-1 para um 4-2-3-1 com Tomás Bastos por dentro. A equipe gaúcha conseguiu se manter viva no confronto enquanto seu adversário pecava pelo preciosismo em vários momentos.

As entradas de Biel e Yago Felipe pouco acrescentaram num Bahia que dava a impressão de apenas esperar o apito final. Enquanto isso, o Caxias conseguia encaixar algumas escapadas com Dudu Mandaí às costas de Santiago Arias. Quando Everton Ribeiro e Everaldo não conseguiram fazer a “dobra” na marcação, o camisa seis encontrou Robinho livre dentro da área.

Dudu Mandaí encaixou boas escapadas pelo lado esquerdo de ataque do Caxias. O Bahia falhou na marcação e pecou pelo preciosismo. Foto: Reprodução / SPORTV / GE

Vale lembrar que o Caxias esteve próximo da classificação depois que Yago Felipe desperdiçou sua penalidade. Mas aí a qualidade técnica e a experiência do elenco do Esquadrão falaram mais alto no Estádio Centenário. Foram dezesseis penalidade cobradas e cinco desperdiçadas, além da sensação de que o Bahia não precisava ter sofrido tanto quanto sofreu no Estádio Centenário.

As lições que ficam para o Bahia e para Rogério Ceni

É verdade que o sentimento da equipe soteropolitana é o de alívio pela classificação na “bacia das almas” para a terceira fase da Copa do Brasil. No entanto, a partida deixa suas lições para o Bahia e para Rogério Ceni. O elenco parece ter entendido que brincar com a sorte numa competição desse tipo não é a escolha mais sábia. Não foram poucas as chances desperdiçadas pelo Esquadrão por puro preciosismo na hora da finalização e do último passe.

Ao mesmo tempo, Rogério Ceni precisa fazer os ajustes necessários na sua equipe. Principalmente no setor defensivo, onde Kanu e Victor Cuesta ficaram desprotegidos na maior parte do jogo. Não é pecado nenhum confiar na qualidade do elenco do Tricolor de Aço, mas é preciso entender que erros não costumam passar batidos no velho e rude esporte bretão.

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