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A dor no CT do Flamengo volta à tona com ‘O Ninho: Futebol e Tragédia’ da Netflix

Minissérie da plataforma de streaming traz de volta as emoções e dúvidas sobre o incêndio que vitimou dez jovens no Rubro-Negro

Por Daniel Linhares em 20/03/2024 09:40 - Atualizado há 8 meses

Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, em 11/02/2022. (Créditos: Paula Reis / Flamengo, via Flickr)

Minissérie da plataforma de streaming traz de volta as emoções e dúvidas sobre o incêndio que vitimou dez jovens no Rubro-Negro

O tempo pode suavizar a memória da tragédia que ocorreu no CT do Flamengo em 8 de fevereiro de 2019. Desta maneira, o lançamento da minissérie da Netflix, ‘O Ninho: Futebol e Tragédia’, na última quinta (14) tem um efeito de reabrir as feridas deixadas pelo incêndio e pelas vítimas, levantando questões sobre as consequências daquele lamentável dia.

Foi preciso um tempo para digerir as informações ‘resgatadas’ na memória quanto ao fatídico 8 de fevereiro de 2019. O conteúdo apresentado pela Netflix combina vozes de familiares, sobreviventes e jornalistas sobre o trágico incêndio no CT do Flamengo.

Em mais de um momento, os relatos das famílias são como tapas na cara, especialmente quando falam dos acontecimentos após a morte dos 10 jovens no Ninho do Urubu. Não acho que seja possível entender completamente a dor de perder pessoas queridas que estavam em busca dos seus sonhos, mas dá para sentir uma parte de como foi.

Além da tristeza causada pelo incêndio no CT do Flamengo, ‘O Ninho: Futebol e Tragédia’ me fez refletir sobre o quanto a jornada para ser um jogador de futebol pode estar longe do glamour.

Muito se fala da base do futebol brasileiro, de ‘safras’ não tão boas. Porém, se esquece que são crianças, adolescentes e jovens adultos carregando responsabilidade de ‘chefe de família’. Será que os futuros futebolistas do Brasil recebem um mínimo de condições para se firmarem com raízes e florescerem?

Os garotos que estavam naquele dia no Ninho do Urubu, sobreviventes e vítimas, faziam parte do clube mais midiático e ‘rico’ do futebol brasileiro. É o time de maior torcida do Brasil e há alguns anos detém a maior arrecadação do país no quesito.

De que maneira então seria possível que jovens da base ficassem alojados em um contêiner como estavam? Qual foi o motivo para tal decisão ser tomada e por que foi mantida?

São dúvidas que voltaram à cabeça, assim como as devidas punições aos responsáveis. E sim, pouco mais de cinco anos após o ocorrido, o processo segue na Justiça e ainda não tem condenados. Algo quase tão lamentável quanto outras questões.

Afinal, me parece contraditório que o Flamengo, de orçamento bilionário e acumulando mais de R$ 1 bilhão gastos em reforços desde 2019, ano do incêndio, pague cerca de R$ 3 milhões na única indenização revelada até o momento.

Athila Paixão (14 anos), Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas (14 anos), Bernardo Pisetta (14 anos), Christian Esmério (15 anos), Gedson Santos (14 anos), Jorge Eduardo Santos (15 anos), Pablo Henrique da Silva Matos (14 anos), Rykelmo de Souza Vianna (16 anos), Samuel Thomas Rosa (15 anos) e Vitor Isaías (15 anos), merecem justiça e a memória da sociedade.

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