O ex-defensor Lúcio, pentacampeão mundial com a seleção brasileira e que atuou por nove anos no futebol alemão, concedeu entrevista exclusiva ao Torcedores.com.
Ele contou sobre o período em que atuou na Bundesliga e falou a respeito da atual edição do campeonato, que terá confronto direto pela liderança neste sábado (10) entre Bayer Leverkusen e Bayern de Munique, justamente as duas equipes em que ele jogou.
“É um momento único que o Leverkusen está vivendo, tem conseguido manter a regularidade e ficar em primeiro. Sabemos que o Bayern de Munique é o grande bicho-papão da Alemanha, mas espero que o Leverkusen consiga ficar na frente nessa temporada. Se eles conseguirem manter essa constância, possuem grandes chances de vencer nessa temporada. Com o trabalho que tem sido feito pelo Xabi Alonso, as chances são grandes de conquista”, aponta.
Lúcio jogou quatro temporadas na equipe e marcou um gol na final da Liga dos Campeões 2001/02 contra o Real Madrid. A equipe espanhola saiu vencedora da disputa com um gol icônico do francês Zinedine Zidane na prorrogação
Mesmo com a inclinação na torcida para o seu primeiro time na Europa, Lúcio não descarta a conquista do Campeonato Alemão por parte do Bayern de Munique, até por conhecer bem a filosofia do clube.
“Como joguei nos dois, sei como são os ambientes. No Bayern de Munique a mentalidade é para vencer sempre, e também o nível de investimento é muito alto. Se sobressai em relação aos outros na Alemanha. Eles têm essa visão de ter uma equipe o máximo competitiva possível em todas as temporadas. Eles sempre são os grandes favoritos antes do campeonato começar. O grande mérito ao meu ver é conseguir manter os principais jogadores e sempre observar o mercado para se reforçarem ainda mais com novos atletas. O grupo de jogadores tem a orientação de ficar unido em prol dos objetivos e todo jogador que chega entende que essa mentalidade vencedora prevalece. Então, a chance de vencer tem sempre”, afirma.
Sobre a mentalidade do clube da Baviera em que comenta, Lúcio explica que a cobrança por êxito parte da alta cúpula do clube até o departamento de futebol.
“Tem muita cobrança por parte da diretoria e do departamento de futebol. Isso faz com que o grupo fique sempre atento em relação ao objetivo. Quando o time dá uma caída por algum motivo, os diretores se reúnem com o elenco para entender o que está acontecendo e o que pode melhorar. O acompanhamento é feito de perto e a cobrança é constante. Já tiveram situações em que ganhamos por 3 a 1 ou 4 a 2 e houveram reclamações por falhas defensivas. Essa filosofia acaba por proporcionar que o atleta busque dar 100% em todas as partidas”, conta.
A estrutura é colocada como um dos pilares do sucesso do Bayern de Munique pelo ex-jogador da seleção brasileira.
“Em termos de estrutura eles proporcionaram várias facilidades, como casa e carro. Para o estrangeiro, buscavam dar suporte também para a família, pela cultura ser diferente e pelo frio também. Sempre era perguntado sobre a família, se estavam bem e à vontade no país, pois isso faz parte do rendimento do atleta dentro de campo. O todo tem que estar bom para que o jogador desempenhe.”
Lúcio teve inúmeros parceiros de zaga na Alemanha, que se revezaram enquanto o brasileiro esteve por lá. O único que não saia do time era ele.
“Só tive jogador de qualidade ao meu lado. Joguei no Munique com o Demichelis, Van Buyten, Kuffour e o Breno também, logo que ele chegou. Foi no último ano que eu fiquei. No Leverkusen atuei bastante com o Zivkovic, croata”, relembra.
Pelo Bayer Leverkusen, Lúcio jogou 123 jogos, marcou 21 gols e foi vice-campeão da Liga dos Campeões. Com a camisa do Bayern de Munique foram 218 partidas, com 12 bolas nas redes e conquista de três Campeonatos Alemães, três Copas da Alemanha e duas Copas da Liga Alemã. As duas equipes que o ex-defensor atuou jogam às 14h30 (horário de Brasília) deste sábado (10) e estão separadas por apenas dois pontos na classificação, com o Leverkusen à frente, após 20 rodadas disputadas.