Grande esperança de gols do Brasil na decisão da Copa do Mundo de 1998, Ronaldo passou por um drama na França. Sofrendo uma convulsão antes da bola rolar, o Fenômeno, inicialmente, seria substituído por Edmundo. Apesar do susto, o eterno camisa 9 da seleção, segundo relato de Bebeto, fez um apelo, e acabou convencendo Zagallo.
Ciente da situação, Edmundo antecipou que não seria titular na final contra a França. Enquanto isso, Dunga, capitão da equipe, também acabou sendo impactado com a situação tensa nos bastidores.
“Ronaldinho entrou chorando, querendo falar com Zagallo. ‘Zagallo, por favor, me deixa jogar. Joguei a Copa do Mundo toda. Você vai me deixar fora da final? Não faça isso’. A gente ficou assim… E foi a única vez que eu vi Dunga cabisbaixo. Meu capitão, que é garra o tempo todo, ainda mais ali na final.”
“Sei que quando foi reunir lá o pessoal, o presidente da CBF, médicos, os exames todos normais. A gente ficou sem entender nada. Aí o Edmundo, que estava do meu lado assim, falou: ‘vai sobrar para mim isso, Beto’. E eu: ‘calma, fica tranquilo e tal. O importante é que o Ronaldinho está bem’.”, contou ao “Abre Aspas”, do GE.
Após a notícia de que Ronaldo seria titular, Edmundo não escondeu o sentimento de frustração. Mesmo com a convulsão de Ronaldo, Zagallo se convenceu de que o Fenômeno estava apto para entrar em campo.
“O Zagallo veio na direção da gente: ‘Edmundo, você vai esperar um pouquinho, você vai entrar depois. Vai jogar o Ronaldo’. Ele ficou chateado, né, tirou a camisa assim. Normal né. Estava motivado. E aí teve a preleção, Zagallinho chorando, ‘vamos dedicar para o Ronaldinho’.”, completou.
Bebeto revela motivação de Edmundo
Animado com a oportunidade, Edmundo estava confiante de que iria apresentar um bom futebol na final da Copa do Mundo. Consultado por Zico e Zagallo, Bebeto deu aval para a substituição na seleção, tendo em vista a experiência passada no Vasco.
“O Edmundo ia jogar a final. O Zico e o Zagallo vieram até mim: ‘A gente está pensando em botar o Edmundo para jogar ao teu lado’. Eu falei: ‘Pode botar, eu já fiz dupla com Edmundo, fomos muito bem no Vasco”’ Peguei o Edmundo começando. Eu falei para ele: ‘vai jogar você, a gente vai ganhar e vai dedicar esse título para o Ronaldo’, no hotel. Ele me abraçou: ‘vamos ganhar, Beto’. Aquela vontade que ele tava.”, recordou.