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Mexida tática na Seleção Olímpica foi fundamental na vitória sobre o Equador

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica qual foi a grande sacada de Ramon Menezes no jogo desta segunda-feira (29)

Por Luiz Ferreira em 31/01/2024 00:58 - Atualizado há 10 meses

Seleção Olímpica - Joilson Marconne / CBF

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica qual foi a grande sacada de Ramon Menezes no jogo desta segunda-feira (29)

A virada sobre o Equador foi a melhor partida do Brasil no Torneio Pré-Olímpico da Venezuela até o momento. Nem tanto pelo poder de reação e pela concentração depois de ser vazada aos 13 minutos do segundo tempo, mas pela atuação coletiva da equipe comandada por Ramon Menezes.

Tudo isso se deve a uma mudança tática importante implementada pelo treinador da Seleção Olímpica logo no início de partida. Ao invés da formação mais concentrada na qualidade de Endrick e John Kennedy, Ramon apostou na organização defensiva e no preenchimento dos espaços quando sua equipe tinha a posse da bola. Muito disso passa pela manutenção de Maurício e Alexsander na equipe que começou o jogo nesta segunda-feira (29).

A virada sobre o escrete equatoriano e vaga no quadrangular final também dão uma certa tranquilidade para a Seleção Olímpica na caminhada até os Jogos de Paris 2024. Não foi uma apresentação de encher os olhos. Longe disso. Mas ver o Brasil não depender tanto das individualidades é, com certeza, um alento e tanto.

Ramon mantém o time e foca na organização defensiva

É possível dizer que a Seleção Olímpica fez a sua partida mais segura do ponto de vista defensivo na competição. Mesmo com os desfalques de Michel e Kaiki Bruno (ambos lesionados). A manutenção de Alexsander e Maurício e a definição do 4-4-2 como o desenho tático básico da equipe brasileira foram pontos fundamentais na construção da vitória desta segunda-feira (29). Principalmente na organização defensiva e na saída de bola.

Com Alexsander e Maurício no meio-campo, a Seleção Olímpica se organizou num 4-4-2 e não dependeu tanto da dupla de ataque. Foto: Reprodução / SPORTV

A solidez defensiva veio acompanhada de mais organização no meio-campo e uma menor dependência do brilho individual de Endrick e John Kennedy. Com a bola, a Seleção Olímpica se organizava numa espécie de 2-3-5 com Arthur Chaves e Lucas Fasson mais atrás, Andrey jogando entre Marlon Gomes e Rikelme, Khellven e Alexsander dando amplitude e Maurício mais próximo da dupla de ataque. O Brasil foi mais organizado na hora de atacar.

Maurício se aproxima de Endrick e John Kennedy e Andrey Santos recebe entre Marlon Gomes e Rikelme na variação para o 2-3-5. Foto: Reprodução / SPORTV

Vale destacar também a mudança na postura dos jogadores nos momentos em que a Seleção Olímpica tinha a posse da bola. Ao invés dos lançamentos para Endrick e Jonh Kennedy brigarem lá na frente, mais toques por baixo, aproximação e triangulações. Repetimos: a atuação não foi brilhante, mas a organização tática melhorou bastante.

Equador sai na frente, mas Seleção Olímpica mostra poder de reação

O gol marcado por Patrik Mercado aos 13 minutos da segunda etapa poderia ter minado a confiança da Seleção Olímpica. O que se viu no Estádio Brígido Iriarte, no entanto, foi exatamente o contrário. A equipe de Ramon Menezes não perdeu a organização e se manteve fiel ao plano de jogo. Gabriel Pec entrou no lugar de Maurício e ajudou a dar profundidade pelos lados. Marlon Gomes, por sua vez, ganhou espaço para subir ao ataque.

Com Gabriel Pec no lugar de Maurício, a Seleção Olímpica ganhou profundidade. Andrey armava o jogo e Marlon Gomes pisava na área. Foto: Reprodução / SPORTV

Não foi por acaso que o gol de empate foi marcado pelo camisa 8 da Seleção Olímpica (depois de bela jogada de Endrick depois de bola rebatida pela defesa equatoriana). O Brasil controlava o jogo porque seus jogadores se aproximavam mais uns dos outros e as jogadas fluíam com mais frequência. Com Marquinhos no lugar de Endrick, o time ganhou pontas velozes para abrir bem o campo e permitir que os laterais apoiassem mais por dentro.

Marquinhos e Gabriel Pec abriam o campo, Khellven aparecia por dentro e Gabriel Pirani se juntava a John Kennedy mais à frente. Foto: Reprodução / SPORTV

O gol da virada veio justamente dessa organização defensiva que trazia Alexsander (já atuando na lateral) mais próximo de Andrey e Marlon Gomes, Khellven na linha de cinco atacantes (mas vindo um pouco mais por dentro) e Gabriel Pirani aproveitando o espaço aberto por John Kennedy. A Seleção Olímpica mostrou bom entendimento nos momentos decisivos.

Acabando com a dependência da dupla de ataque

É óbvio que o talento ainda dita muita coisa no velho e rude esporte bretão. No entanto, por mais que Endrick e John Kennedy sejam talentosos e ditem o ritmo dentro de campo, a Seleção Olímpica não pode se manter dependente dos dois. Nesse ponto, Ramon Menezes acertou em cheio na manutenção da base da equipe que venceu a Colômbia. Alexsander foi muito bem na partida, assim como Khellven, Marlon Gomes, Andrey e Arthur Chaves. O Brasil ganhou consistência.

Ao mesmo tempo, a conquista da vaga antecipada no quadrangular final do Pré-Olímpico dá mais tranquilidade para os jogadores e a comissão técnica comandada por Ramon Menezes trabalharem. A tendência é que as coisas fiquem ainda mais complicadas. E é por isso que a virada sobre o Equador merece ser celebrada. Agora é seguir o crescimento e focar na vaga em Paris 2024.

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