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Ex-produtor da Rádio Guaíba, Léo Jorge relembra bastidores de Grêmio e Internacional

Depois de 25 anos trabalhando com os bastidores da dupla Grenal, radialista deixou a emissora gaúcha em 2019 e atualmente reside em Tramandaí

Marco Maciel
Marco Maciel é jornalista que atua cobrindo futebol brasileiro, com ênfase para o futebol gaúcho com Internacional e Grêmio e para a mídia esportiva. Graduado em jornalismo pela pela PUC-RS, em 2007, está no Torcedores.com desde 2022; passou pela redação e assessoria de imprensa da ALAP (Associação Latino-Americana de Publicidade); edita o site SAMBARIO, voltado para sambas-enredo, desde 2004; e escreveu para o portal de automobilismo Nas Pistas em 2023 e 2024.
Léo Jorge - Ex-produtor da Rádio Guaíba

Léo Jorge - Ex-produtor da Rádio Guaíba

A mídia esportiva gaúcha hoje não conta mais com Léo Jorge, que desfruta de sua aposentadoria da comunicação no litoral gaúcho. O ex-radialista trabalhou por 35 anos como produtor, dos quais por quase 25 temporadas integrando uma formação clássica da equipe de esportes da Rádio Guaíba.

A longa trajetória do experiente comunicador na tradicional emissora de Porto Alegre foi encerrada em abril de 2019, após a decisão do Campeonato Gaúcho vencida pelo Grêmio contra o Internacional nos pênaltis.

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Hoje morador de Tramandaí, o ex-radialista de 67 anos segue batendo ponto no SINE, onde ainda trabalha como funcionário público. Nas horas vagas, são religiosos os passeios diários com sua cadelinha shih-tzu Safira, além das longas conversas e resenhas com vizinhos e amigos.

O Torcedores.com conversou com Léo Jorge, que contou algumas histórias vividas durante as duas décadas e meia em que trabalhou na Rádio Guaíba.

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Além de relatar bastidores, como o furo da contratação do então desconhecido Loco Abreu pelo Grêmio nos anos 90, o comunicador se mostrou orgulhoso pelos vários talentos que ajudou a revelar na mídia esportiva gaúcha.

Léo Jorge atualmente reside em Tramandaí
Léo Jorge, ex-produtor da Rádio Guaíba, atualmente mora em Tramandaí-RS – Foto: Marco Maciel/Torcedores.com

Torcedores – Quantos anos de trabalho na Rádio Guaíba, além de outros veículos?

Léo Jorge – Da minha vida em rádio foram 35 anos. E os últimos 24 anos e três meses foram pela Rádio Guaíba. Antes em Porto Alegre, eu tive passagem na Farroupilha, quando ainda pertencia aos Diários Associados. Depois tive uma breve passagem pela Gaúcha. Aí fui para Difusora, que na época estava trocando o nome pra Bandeirantes, a convite do conterrâneo Isaías Porto.

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Depois fui pra Pelotas, onde que eu trabalhei na Pelotense, que hoje não existe mais por incrível que pareça. A Pelotense foi a rádio mais velha do Rio Grande do Sul, deve ser a segunda ou terceira no Brasil. Também na Tupanci de Pelotas, tive uma breve passagem, além da TV Educativa na minha profissão pública. Até chegar na Rádio Guaíba.

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Torcedores – Você integrou aquela famosa equipe da Guaíba, com Haroldo de Souza, Luiz Carlos Reche, Antônio Augusto, Rogério Böhlke, Edegar Schmidt, entre outros nomes. Verdade que o Reche costuma chamá-lo para voltar a trabalhar na Rádio Grenal, onde ele está atualmente?

Léo Jorge – Estive com o Reche no último 7 de dezembro, que é o dia do aniversário dele. O Reche sempre conversa comigo que tenho que voltar. Mas eu acho que o que eu tinha que dar para o rádio, nesse tempo que eu passei, eu já dei. Tem uma gurizada nova e tudo. Eu falei para o Reche: “Deixe onde que eu estou em Tramandaí, curtindo agora um pouco de descanso”. Porque nessa vida que eu tive, praticamente não vi meu filho nem a minha filha crescerem.

Tive grandes pessoas que me proporcionaram um aprendizado, não só com as mais velhas. Mas aprendi também com os jovens, muitos dos quais eu lancei que passaram e trabalharam comigo como estagiários. Mas o Reche eu guardo no coração.

Alex Bagé quase virou “Alex Candiota”

Torcedores – Um desses jovens comunicadores que o senhor revelou foi o Alex Bagé, que falou do senhor no “Assado” do Duda Garbi, demonstrando muita gratidão.

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Léo Jorge – Você não sabe por que o apelido dele é Bagé. Porque o “verdadeiro” Bagé é o irmão dele, que foi treinador de futebol e mora aqui em Capão da Canoa. Eu vou te contar a história do Bagé e de outros. Vinham pessoas estagiar na Guaíba, o Reche deixava tudo comigo e me disse: “Vem um tal de Alex pra estagiar”. Geralmente, ficava comigo a responsabilidade do esporte.

Então, apareceu uma pessoa, eu tô pensando que é um gurizinho. “Eu quero falar com o seu Léo Jorge”. Quando eu vi aquele baita homem na minha frente (risos). Nunca me esqueço que na época que estava trabalhando conosco o João Garcia. Aí fomos descobrir que o Alex Bagé era o irmão do Bagé treinador.

Então botamos nele de brincadeira o apelido com o nome de uma cidade vizinha: Alex Candiota. Mas o João Garcia não gostou e deixamos Alex Bagé. Converso muitas vezes com o Alex e sempre digo que ele é o “Bagé falso”, que o Bagé verdadeiro é o irmão dele. Ele passou pelas minhas mãos, como também passaram o JB (João Batista Filho), Filipe Gamba…

“Rodrigo Oliveira era conhecido como Perguntinha”

Torcedores – Rodrigo Oliveira, da Rádio Gaúcha e Zero Hora, também passou por suas mãos?

Léo Jorge – Vocês devem conhecê-lo como “Perguntinha”. Fui eu que botei o apelido dele de Perguntinha, que também veio estagiar comigo. O Rodrigo Oliveira chegava e ficava toda hora perguntando o que eu e os colegas estávamos fazendo. Tem uma história do Perguntinha, no caso do Rodrigo Oliveira.

O Internacional, na época, tava vendendo o volante Sandro para a Inglaterra em 2010. Eu não sei falar inglês. Liguei pro jornal de Londres e passei o telefone pro Rodrigo, que recebeu de lá os detalhes da negociação com o Tottenham. Na época ele era estagiário e ia para a Guaíba por conta dele, de segunda a domingo, pagando a passagem do bolso dele. E o guri estourou hoje, é um dos grandes repórteres que nós possuímos.

Léo Jorge informou em primeira mão chegada de Loco Abreu no Grêmio

Torcedores – Sobre o Loco Abreu no Grêmio em 1998, você colocou o atacante no ar na época que ele era especulado para jogar no Olímpico.

Léo Jorge – O presidente do Grêmio na época era o Cacalo. E eu descobri que o Grêmio estava contratando um centroavante da Espanha. Consegui saber que era o Loco Abreu, que na época estava no Deportivo La Coruña. Liguei para Madrid, me passaram o telefone de um jornal de La Coruña. Mas no fuso horário de lá já era de noite e não consegui falar com o pessoal da Espanha.

Então, liguei pra uma rádio do Uruguai, país do Loco Abreu. Foi a Rádio Oriental de Montevidéu. Me passaram o telefone da mãe do Loco Abreu. Liguei pra ela, fiquei uns dez minutos conversando com a mãe dele, muito simpática. O uruguaio você consegue entrevistar, o argentino que é meio diferente. Ela me passou o telefone do Loco Abreu.

Era lá por 20h, um pouquinho antes de terminar a “Voz do Brasil”, o apresentador era o Milton Ferreti Jung, que estava sabendo do trabalho que eu estava fazendo. E o Grêmio naquela noite ia jogar.

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Terminou a “Voz do Brasil”, entrava o “Correspondente Renner” [tradicional síntese noticiosa da Guaíba] e o seu Milton Jung me disse: “Você vai entrar antes do Renner”. Daqui a pouco teria o jogo do Grêmio. O Jung me anunciou: “Informa o Departamento de Jornalismo de Esportes da Rádio Guaíba, com Léo Jorge”. Entrei com o Loco Abreu no ar. O Cacalo esclareceria a negociação depois do jogo.

Torcedores – O senhor trabalhou tanto tempo na produção esportiva de rádio na Guaíba, que eu acredito que o senhor tenha uma visão mais imparcial na rivalidade Grenal. Mas você tem um time de coração?

Léo Jorge – Eu sou gremista, mas por incrível que pareça, eu me dava muito mais com os dirigentes, na minha época, do Internacional. Também me dava pelo lado do Grêmio. Mas no Beira-Rio eu tinha mais penetração, eu tinha mais contato com o pessoal do Internacional. Mas isso aí não difere. Tenho time do coração, mas se o Grêmio ganhasse de 10 a 0 ou tomasse 10 a 0, pra mim era a mesma coisa.

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