Endrick, do Palmeiras, pode levar punição após novo patrocínio
Jogador de Verdão anunciou nos últimos dias acordo com empresa farmacêutica
O atacante Endrick, do Palmeiras e já negociado com o Real Madrid, pode sofrer uma dura suspensão caso seja denunciado por causa de seu novo patrocínio com a Hypera Farma para ser garoto-propaganda da Neosaldina, droga considerada doping pela Agência Mundial Antidoping (Wada).
Em entrevista ao “Máquina do Esporte“, o advogado Thomaz Mattos de Paiva, especialista em doping, explicou que o jovem jogador do Verdão pode levar uma suspensão que varia de dois a 30 anos.
A fórmula da Neosaldina contém o isometepteno, que é uma substância proibida na lista da entidade que comanda a luta antidoping no mundo.
“O Endrick deve ter recebido convite da indústria farmacêutica, só que não se atentaram para essa situação. O isometepteno pode gerar resultado adverso. Houve falta de conhecimento da matéria. Devem ter feito contrato, mas não viram se estava certo ou não”, explicou o advogado.
Segundo ele, caso a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) decida abrir um procedimento contra Endrick, o jogador do Palmeiras pode levar algum tipo de sanção.
Segundo o jurista, o jogador poderia ser enquadrado na seção XI, artigo 127 do Código Brasileiro Antidopagem (CBA), que prevê sanção ao atleta que incentivar “uma violação de regra antidopagem, tentativa de violação de regra antidopagem ou violação dos artigos 169 a 171 por outra pessoa”.
Neste caso, a penas seria bem pesada: de 2 a 30 anos de suspensão.
“Não vejo como incentivo [ao uso de doping], vejo como desconhecimento. A assessoria dele poderia ter se aprofundado mais. Às vezes, se preocupou mais com o marketing do que com essa situação. Há um risco eventual. Não considero incentivo, mas pode ser enquadrado em algum dispositivo da regra”, analisou Paiva.
O que diz a Neosaldina sobre o acordo com o jogador do Palmeiras
A empresa, que acertou contrato no valor de R$ 12 milhões, válido por cinco anos, com Endrick para destacar a marca Neosaldina, afirma que apesar do jogador não utilizar o remédio bastante popular no mercado, ele transmite os valores da marca no Brasil.
“O Endrick entrega mais do que esporte. Ele é um exemplo de brasileiro que leva a vida com muito bom humor e é superconectado com o público da Neosaldina”, afirmou a marca.
“A questão principal não é sobre ele consumir ou não o medicamento, mas sim sobre o potencial que ele tem de gerar awareness [conhecimento], transmitindo os valores da marca de forma sincera, leve, alegre e espontânea. Ele não usa o produto, mas sua família, sim”, acrescentou o comunicado.