O lateral Cicinho disputou Copa do Mundo, foi ídolo do São Paulo, passou pelo Real Madrid, mas mesmo com o sucesso na carreira abriu o jogo e revelou que passou por uma forte depressão, que se agravou quando estava no futebol europeu.
Em entrevista ao Charla Podcast, Cicinho disse que chegou “ao fundo do poço” enquanto esteve na Roma, da Itália, clube que defendeu após sair do Real Madrid.
“Eu vivi uma depressão por 11 anos e não sabia que era depressivo. Eu escondia minha depressão. Tentava maquiar minha depressão com cigarro, bebida, companhias”, admitiu Cicicnho em entrevista ao Charla.
Cicinho revela quando descobriu a depressão e como era sua rotina
O ex-lateral fez revelações sobre seu dia a dia e disse que não conseguia dormir no auge de sua depressão.
“Foi quando fui para o Real Madrid, no meu segundo ano. Quando me machuquei, começou um quadro depressivo. A depressão, a galera acha que é entrar em um quarto e querer morrer. No meu caso (era diferente), eu odiava dormir. Eu não conseguia dormir sem estar embriagado. Eu precisava beber. A solidão me incomodava, eu nunca falei, mas a depressão foi tão séria que hoje eu não consigo chorar. Ela me tirou o prazer de chorar. Meu pai morreu e eu não consegui chorar. Ficam sequelas”, revelou o ídolo do São Paulo, que seguiu:
“Eu era assim: eu fumava dois, três maços de cigarro por dia. Já aconteceu de eu estar na minha casa em Roma, dar 4h da manhã, ter acabado o cigarro, e lá precisa de um cartão para retirar (o cigarro neste horário) e eu não tinha. Já aconteceu de eu ficar procurando bituca de cigarro no chão para acender e fumar. Eu cheguei no fundo do poço. Eu perdi o prazer de treinar, de jogar. Minha vida era assim: sem camisa, em volta da mesa, com cigarro, bebida, um monte de gente em volta. Já teve situação de eu dormir, eu virar uma cachaça, cair na mesa (debruçado) e me levarem para a cama.”