Caio Ribeiro deixou o futebol profissional aos 30 anos, em 2005, após temporada com a camisa do Botafogo. Em entrevista ao Charla Podcast, o comentarista da TV Globo abriu o jogo, disse que estava desgastado, e que não conseguia mais “lutar contra o sistema”.
“Eu estava esgotado mentalmente. Falei para os meus pais que não queria mais, que precisava descansar. Naquele momento, após os 30, eu já tinha feito meu pé de meia e podia passar um tempo sem jogar. Estive em vários clubes, joguei na Seleção”, disse Caio no Charla. Ele seguiu:
“Quando você tem 20 anos, você não acredita nas coisas dos bastidores. Quando tem 25, você quer mudar o que está errado. Quando você tem 30, percebe que não consegue lutar contra o sistema.”
O último jogo de Caio e a greve no Botafogo
Caio defendeu, na carreira, o São Paulo, a Inter de Milão e o Napoli, ambos da Itália, o Santos, o Flamengo, o Fluminense, o Grêmio, o Oberhausen, da Alemanha, e o Botafogo. Foi no Glorioso que ele se tornou líder do elenco e que viu de perto uma “guerra” entre jogadores e dirigentes.
“Lembro dessa última rodada do Campeonato Brasileiro como se fosse hoje, foram muitas emoções. Não sabia que seria minha última partida e não pensei em encerrar minha carreira. Houve uma briga entre os jogadores e a direção, estávamos com três meses de atraso nos salários e depois os jogadores entraram em greve. A direção disse não entender os motivos da greve, dizendo que está em dia”, disse Caio, que disse ter sido contra a greve dos atletas.
“Além disso, sei que como um dos líderes deste grupo tudo foi transferido para mim, quando na verdade fui um dos que lutaram contra a greve. Sempre fui contra. Foi um assunto interno, nunca contei para ninguém, mas sempre fui contra. Lembro que foi uma partida chave na temporada em que estávamos na liderança do campeonato, grande parte da partida foi disputada na zona da Libertadores e no final ficamos com a Sul-Americana. Para mim foi muito importante”, seguiu o comentarista, que deixou a carreira com a classificação do Botafogo à Sul-Americana.
“Isso marcou o retorno do Botafogo às competições internacionais, das quais o clube não participava desde 95, quando foi campeão brasileiro. As apostas eram altas nesta partida contra o Fortaleza e eu sabia que seria diferente das outras.”