Hoje economista e político, Javier Milei teve passagem pelo Chacarita Juniors, clube de Buenos Aires que já contou com Germán Cano no elenco
Neste domingo (19), a Argentina definiu o seu presidente no segundo turno das eleições presidenciais. O economista Javier Milei, candidato da oposição, venceu o peronista Sergio Massa no pleito e, aos 53 anos, governará o país sul-americano.
Milei, assim como boa parte dos argentinos, é um aficionado por futebol. Mais do que isso, o presidente eleito tem um passado no esporte: atuou como goleiro do Chacarita Juniors, clube com sede em Buenos Aires.
A carreira futebolística do político, no entanto, se deu somente nas categorias de base da equipe. Na época, ele integrou um grupo de jogadores adolescentes que aspiravam ao profissional, por volta dos 13 anos de idade.
“Atirava-se em todas as bolas. Era um maluco debaixo das traves. Podia dar certo ou errado, mas, sinceramente, não me lembro de ter falhado ou de termos perdido um jogo por causa dele. Quando jogava, ele ia bem”, contou Eduardo Perico Pérez, um dos colegas de time de Javier Milei, ao Infobae, portal de notícias da Argentina.
A trajetória no mundo da bola aconteceu durante a década de 1980, mas o jovem Javier não conseguiu firmar-se no Chacarita e acabou abandonando a carreira debaixo das traves.
Detalhe curioso: Germán Cano, atual campeão da Libertadores com o Fluminense, foi atacante do Chacarita Juniors em 2009, emprestado pelo Lanús.
O torcedor e crítico Javier Milei
Apesar do insucesso dentro dos gramados, fora deles Javier Milei é bastante ativo. Inclusive, ele é um fanático pelo Boca Juniors, um dos maiores clubes da Argentina.
O atual presidente argentino é tão apaixonado que seu amor acabou virando ódio após o time tomar decisões que, segundo ele, foram “populistas”. Na visão de Milei, a contratação de Riquelme, ídolo do clube, em 2013, e a gestão da diretoria e da comissão técnica durante a campanha da Libertadores de 2018, quando a equipe perdeu a final para o arquirrival River Plate, foram as principais causas do seu afastamento como torcedor xeneize.
“Eu estava assistindo ao jogo [da final] e quando [Fernando] Gago entrou, claramente um ato de populismo, torci para o River. Não quero torcer para um time que toma decisões populistas. Já basta viver em um país populista. Para mim, foi um péssimo jogador, uma das maiores mentiras do futebol argentino. Assim, me tornei anti-Boca”, relatou em entrevista ao jornal espanhol El País.
Recentemente, o ex-presidente do Boca e da Argentina Mauricio Macri citou um pedido especial feito por Javier Milei, de quem é amigo e apoiador.
“Ele me disse: ‘Preciso de você para recuperar a alegria de ser um torcedor do Boca, a perdi desde que Riquelme se tornou vice-presidente”, revelou Macri, que disputará o cargo na próxima eleição presidencial do clube.
Sobrou até para Maradona
Dono de um discurso inflamado, o novo presidente hermano é também um crítico assíduo do ídolo máximo do futebol argentino: Diego Armando Maradona. Morto em 2020, El Pibe era adepto de políticas progressistas. E tinha até tatuagens de personagens históricos como Che Guevara e Fidel Castro.
Durante a campanha presidencial que acaba de vencer, uma postagem polêmica de 2016 em que debocha de Maradona chamando-o de “Maradroga”, referenciando o período de dependência química do craque, veio à tona antes do embate eleitoral.
Javier Gerardo Milei será o 52º presidente da Argentina e estará no comando da Casa Rosada até 2027.