Peça importante na conquista do quinto do Brasil em Copas do Mundo, o ex-meia Rivaldo revelou em participação no podcast “Palmeiras Cast”, que chegou a cogitar deixar o escrete canarinho um pouco antes da disputa do Mundial que ficou marcado na história da seleção.
Em conversa por telefone com Carlito Arini, seu empresário por muito tempo na carreira, o ex-jogador, que hoje vive nos Estados Unidos, disse que tinha receio de não ser aproveitado por Luiz Felipe Scolari, o Felipão, na Copa do Japão/Coreia, e se tivesse a certeza de que seria banco, abandonaria a delegação.
“Eu dizia: “Acho que o Felipão não vai me colocar. Se ele não me colocar, eu vou embora”, pontuou Rivaldo.
Agente de Rivaldo, coube a Carlito tomar o susto com o posicionamento do camisa 10 da seleção e contornar o cenário.
“A gente se falava muito e ele virou para mim, disse: “Estou voltando pro Brasil, não vou jogar a Copa”. Eu falei: “Você machucou?” e ele: “Não, não. Se amanhã ele (Felipão) não me colocar, eu pego minhas coisas e vou embora”, disse Carlito.
“Se você não conhece a pessoa, fala: “ah está blefando”. Mas eu sabia que ele ia embora. Já pensei: depois de amanhã vou buscar no aeroporto”, complementou o ex-empresário de Rivaldo.
Com passagem marcante por times brasileiros e do futebol europeu, Rivaldo revelou que o grande receio era ser preterido no Mundial por dois pontos: estar retornando de lesão e ter perdido a Copa do Mundo de 1998 para a França.
“Sou grato ao Felipão por tudo que ele fez, ter me levado para a Copa do Mundo, machucado e tal. Mas estava recuperando, tinha feito o jogo da Malásia, estava na semana do jogo e ele não dizia o time que ia jogar. Dizia alguns e eu… colocava Denilson, um, outro, me tirava. Jogador gosta de estar confirmado logo para concentrar”, disse Rivaldo.
“Foi pelo momento. Talvez não teria feito, não sei. Mas perder a Copa como perdeu, ter a oportunidade de jogar, vir com tudo, se recuperar. Eu digo: não, pelo amor de Deus, não me deixe fora não. Como vim de uma Copa perdida, fui para 2002 machucado, então você diz: Eu tenho que jogar o primeiro jogo e jogar bem”, completou o ex-jogador.
No final de tudo, as coisas sopraram ao favor de Rivaldo e o meia foi de suma importância do início até o final da Copa. Na estreia contra a Turquia, o camisa 10 brilhou com um gol de pênalti e uma assistência. Na final, o jogador teve participação ativa nos tentos convertidos por Ronaldo Fenômeno.