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Libertadores Feminina: Palmeiras se impõe e atropela o Olimpia com intensidade e bom jogo coletivo

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa as escolhas de Ricardo Belli e a atuação das Palestrinas neste sábado (14)

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa as escolhas de Ricardo Belli e a atuação das Palestrinas neste sábado (14)

O Palmeiras quase não encontrou dificuldades para golear o Olimpia por seis a zero e avançar para as semifinais da Libertadores Feminina. Por mais que a equipe paraguaia tenha facilitado demais a vida das Palestrinas no Estádio Metropolitano de Techo, o que se viu neste sábado (14) não foi nada mais do que a imposição técnica e tática da atual campeã sul-americana. E o grande mérito da equipe comandada por Ricardo Belli foi a manutenção do ritmo intenso e da organização durante quase todos os noventa e poucos minutos de partida. Destaque (pelo menos para este que escreve) para Bia Zaneratto, Amanda Gutierres (jogadora que merece a nossa atenção), Katrine, Duda Santos e Laís Estevam.

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Também é preciso deixar claro que o Palmeiras deixou o jogo fácil. A postura agressiva, com as linhas de marcação bem altas e a forte pressão na portadora da bola ajudaram bastante na construção da goleada deste sábado (14). E muito disso passa pela formação escolhida por Ricardo Belli. No papel, um 4-4-2 mais ortodoxo. Com a bola rolando, o que se via era um 3-4-3 (altamente ofensivo) que virava um 5-2-3 quando o Olimpia tinha a posse. Tudo para liberar Bia Zaneratto de obrigações defensivas e criar superioridade numérica no campo de ataque.

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Bruna Calderan era mais meia de criação (quase uma ponta pela direita) em alguns momentos. Já Katrine guardava mais sua posição e se transformava na “zagueira-base” que organizava a saída de bola junto com Andressinha, Poliana e Flávia Mota. Mais à frente, Duda Santos se juntava a Amanda Gutierres na primeira pressão em cima do escrete paraguaio e Bia Zaneratto procurava o espaço na entrelinha ou às costas da defesa do Olimpia. A imposição técnica e tática das Palestrinas sobre o time Ariel Rivaldi tratou de cuidar do resto num jogo tranquilo e sem sustos.

Ricardo Belli organizou o Palmeiras num 5-2-3/3-4-3 com Bruna Calderan e Camilinha nas alas e Bia Zaneratto com bastante liberdade no ataque. Foto: Reprodução / Canal GOAT
Ricardo Belli organizou o Palmeiras num 5-2-3/3-4-3 com Bruna Calderan e Camilinha nas alas e Bia Zaneratto com bastante liberdade no ataque. Foto: Reprodução / Canal GOAT

Quando tinha a posse e conseguia (muito raramente) vencer a primeira pressão do Palmeiras, o time do Olimpia tentava acionar Yanina González com ligações diretas às costas da última linha sem muito sucesso. Faltava fôlego ao escrete paraguaio para vencer a marcação das Palestrinas e também para pressionar a saída de bola. Com Katrine como “lateral-base” pela esquerda, Camilinha e Bruna Calderan jogavam mais espetadas e Laís Estevam e Andressinha se aproximavam para dar opção de passe. Com o time ligado em cada lance e sem medo de arriscar um passe mais longo quando necessário, o Palmeiras conseguiu controlar bem o jogo, dominar as ações no campo e construir a goleada no Metropolitano de Techo.

Katrine jogou como zagueira pela esquerda e Camilinha e Bruna Calderan viraram alas. Andressinha e Laís Estevam se aproximavam mais por dentro. Foto: Reprodução / Canal GOAT
Katrine jogou como zagueira pela esquerda e Camilinha e Bruna Calderan viraram alas. Andressinha e Laís Estevam se aproximavam mais por dentro. Foto: Reprodução / Canal GOAT

Com o time bem estruturado na defesa e com jogada forte pelos lados, Bia Zaneratto encontrou espaço para aparecer por todo o campo, seja como “camisa dez” de ofício ou até mesmo como uma espécie de “ponta-armadora” buscando a linha lateral. O ofensivo 3-4-3 montado por Ricardo Belli permitia que as Palestrinas criassem essa superioridade numérica no campo ofensivo e dominassem todas as ações. Tanto que a capitã do Palmeiras “descansou” no segundo tempo jogando mais como uma segunda atacante depois das entradas de Sâmia, Lorena Benítez, Bianca Gomes, Letícia Moreno e Juliete. A formação variou para um 3-4-1-2 mas sem perder a postura agressiva na marcação e na pressão pós-perda.

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Depois das substituições, Bia Zaneratto virou uma segunda atacante e buscou mais a entrelinha para armar o jogo e distribuir o jogo no ataque. Foto: Reprodução / Canal GOAT
Depois das substituições, Bia Zaneratto virou uma segunda atacante e buscou mais a entrelinha para armar o jogo e distribuir o jogo no ataque. Foto: Reprodução / Canal GOAT

A superioridade técnica das Palestrinas e a facilidade que cada uma delas encontrava para levar a bola ao ataque ajuda a explicar a goleada deste sábado (14). Mas talvez a grande notícia para o torcedor do Palmeiras tenha sido a postura concentrada e intensa da equipe de Ricardo Belli durante todo o jogo, sem cair na tentação de um toque de efeito ou qualquer tipo de firula diante de um adversário mais frágil. É sempre bom ver Bia Zaneratto em campo, mas este que escreve precisa exaltar as boas atuações de Laís Estevam e Amanda Gutierres, ambas importantíssimas na construção das jogadas de ataque e na recomposição defensiva. São elas que vem fazendo o Palmeiras jogar com mais fluidez.

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O adversário na semifinal será o já conhecido Atlético Nacional, equipe que mais trouxe problemas para as Palestrinas durante a fase de grupos. O contexto, no entanto, será completamente diferente do visto na partida de quarta-feira (11), quando o time de Ricardo Belli entrou bem menos concentrado do que o normal (talvez por conta da vaga garantida na segunda fase da Libertadores Feminina). Mesmo assim, enfrentar um adversário que conhece alguns dos seus pontos fracos será uma tarefa bem complicada para o atual campeão sul-americano.

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