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Home Mídia Esportiva Ex-ESPN, João Palomino acredita que modelo para negociação de direitos esportivos “veio para ficar”

Ex-ESPN, João Palomino acredita que modelo para negociação de direitos esportivos “veio para ficar”

Executivo acredita que streaming não dará um retorno tão imediato

Carlos Lemes Jr
Olá! Sou Carlos Lemes Jr e sou Jornalista formado, desde 2012, e no Torcedores, desde 2015. Matérias exclusivas pelo site publicadas nos portais IG, MSN e UOL. Escrevo sobre: futebol, mídia esportiva, tênis e basquete. Acredito que o esporte seja uma ótima ferramenta de inclusão, pois, sou cadeirante. Então, creio que uma das minhas "missões" aqui no Torcedores seja cobrir esporte paralímpico. Hobbies: ler, escrever e escutar música.

Do alto de seus mais de 30 anos de carreira, só no jornalismo esportivo, principalmente, na ESPN, o jornalista João Palomino resolveu abraçar um novo desafio. E assim foi, desde que saiu dos canais Disney, em 2019.

A partir de então, ele resolveu colocar toda sua experiência de chefia a serviço da produtora que é sócio, a LiveSports.

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Entre um compromisso e outro, Palomino respirou e deu essa entrevista exclusiva ao Torcedores.com

Confira a entrevista na íntegra com João Palomino

Torcedores.com – Hoje, você é sócio da sua própria produtora, a Live Sports. A partir daí, sua vida deu uma desacelerada,  perto do que é o dia a dia de uma redação “convencional”?

João Palomino – São circunstâncias bem diferentes, mas a dedicação tem que ser plena. Isso independe da empresa em que você está. Na ESPN, por exemplo, eram quatro canais, rádio, revista e reuniões com a diretoria. Na LiveSports, o trabalho é muito mais guiado pelo número de clientes que temos e pela demanda deles.

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Na minha época de narrador, eu fazia um Barcelona x Real Madrid com a mesma dedicação dos jogos menores. É disso que estamos falando.   

Torcedores – Acredita que os canais como SporTV, ESPN vão ter que começar a recorrer a parcerias com produtoras para ter formatos mais “originais” para bater de frente com o YouTube, por exemplo?

Palomino – Essa parceria, já acontece com as emissoras e não tem nada a ver com o YouTube. O que pode estar acontecendo é que elas estão desenvolvendo produtos para os jovens que consomem a plataforma. 

Mas esse movimento não é de agora. Os canais recorrem a produtoras muito por não quererem gastar com determinados departamentos ou porque não há pessoal, o suficiente, para a elaboração de produtos originais. 

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Torcedores – Recentemente, vocês ajudaram na implantação de uma TV esportiva em Angola. Como surgiu o convite? Países de língua portuguesa, na África, consomem conteúdos esportivos do Brasil?

Palomino – Na verdade, a Rede Girassol é um canal geral, surgido em novembro de 2022, que a primeira transmissão foi a Copa do Mundo no Catar. Fizemos vários projetos com eles, mas um que posso destacar foi a intermediação dos direitos do Brasileirão Série A para Angola.

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Nesse particular, cuidamos não só da questão dos direitos, mas de toda consultoria técnica, também. Na hora de colocar no ar, são os próprios angolanos que fazem toda a operação, e todo esse cuidado, é uma prova de como Angola gosta de produtos brasileiros. Estamos falando de produtos esportivos, artísticos e políticos. O objetivo é gerar uma aproximação entre os dois países.    

Torcedores – Como ex-diretor da ESPN, acredita que hoje faltam matérias com mais apuração, por parte da equipe dessas empresas?

 Palomino – Estou há quatro anos fora de empresas, como a ESPN, e seria leviano querer comentar sobre os procedimentos internos desses canais. O que há, claramente, é uma tendência a programas de debates. Esse tipo de atração não exclui que o jornalista tenha uma boa fonte, apure com retidão. Porque o que está em jogo é a credibilidade. Essa deve ser uma busca não só do jornalismo esportivo, e sim , como um todo. É uma luta de séculos, que tem como “adversário”, mais atual, as fake news. Aí vale, além de toda moderação, o senso crítico.

Torcedores – Essa repartição dos direitos de competições esportivas, entre várias emissoras, é um caminho sem volta?

Palomino –  O que, já não existe mais, é o conceito de direitos exclusivos. O que as confederações, federações e agências estão fazendo, é um movimento visto há  algum tempo nos EUA, por exemplo.

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Lá, esses direitos são vendidos por pacotes, e dentro dele, a empresa tem direito a jogos exclusivos, e não ao campeonato todo. Por que isso acontece? Por causa dos preços abusivos dessa exclusividade. Acho que esse tipo de negociação (por pacotes) veio para ficar. E digo mais: na minha opinião, o streaming vai demorar um pouco para ser essa “galinha dos ovos de ouro” para as empresas de comunicação.

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