Todo e qualquer resultado é importate no futebol. Quem acompanha o espaço aqui no TORCEDORES já sabe disso. E com o São Paulo não é diferente. Já se sabe que o time comandado por Dorival Júnior vem fazendo uma campanha até surpreendente nessa temporada e que a decisão da Copa do Brasil pinta como a grande oportunidade do clube do Morumbi finalmente conquistar um título de expressão depois de tanto tempo. Só que a derrota (justa) para o Internacional na última quarta-feira (13) ligou o alerta na comissão técnica. Principalmente pela forma como o Tricolor Paulista vem se comportando fora de casa e pelos erros cometidos em todos os setores nessas últimas semanas.
Quem viu a partida disputada no Beira-Rio viu que o São Paulo tem sim condições de brigar e criar dificuldades para as principais equipes do país. A chegada de nomes experientes como Lucas Moura e James Rodríguez veio mesmo para elevar o patamar de um elenco que já contava com os já conhecidos Calleri e Luciano e com os jovens Pablo Maia e Rodrigo Nestor. Por outro lado, a impressão que fica é a de que vem faltando um certo poder de decisão no Tricolor Paulista. E isso pôde ser visto contra a LDU de Quito, pela Copa Sul-Americana, e no próprio jogo contra o Internacional. Aliás, a virada sofrida nesta quarta-feira (13) é que traz lições valiosas para a equipe de Dorival Júnior.
Um ponto que preocupa bastante são as atuações nos jogos fora do Morumbi. Até o momento, o São Paulo não conseguiu vencer na casa do adversário nesse Campeonato Brasileiro e a atuação contra o Internacional deixou a sensação de que o time parece dependente da atmosfera criada pela sua torcida nos jogos dentro de casa. A única exceção foi a vitória sobre o Palmeiras no Allianz Parque, no jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil no dia 13 de julho. E por mais que Dorival Júnior tenha qualidade e conhecimento para tirar o melhor de cada um dos jogadores que tem à disposição, o time tem deixado a desejar. A virada sofrida contra o Internacional segue essa linha.
A equipe que entrou em campo na última quarta-feira (13) está bem próxima com aquela que o treinador quer colocar em campo no domingo (17). Na prática, o São Paulo jogou num 4-2-3-1 que tinha o experiente Lucas Moura mais pela esquerda (mas abrindo o corredor para as descidas de Caio Paulista), Wellington Rato à direita e Luciano mais próximo de Calleri no comando de ataque. Alison é o volante que pisa na área e se transforma em mais um jogador de criação no meio-campo com Pablo Maia protegendo a defesa. Essa formação dá liberdade para Lucas Moura circular por todo o setor ofensivo e ainda povoa bastante a última linha adversária usando até seis jogadores.
É interessante notar como Dorival Júnior organizou o São Paulo para ter Lucas Moura e Luciano no meio-campo. Em alguns momentos, o 4-2-3-1 lembra um 4-1-4-1 ou até mesmo um 4-3-2-1 por conta da circulação dos jogadores. No entanto, falando especificamente da derrota para o Internacional, o sistema ofensivo não funcionou como o esperado. Nnão foram poucas as vezes em que Calleri e Luciano embolaram o jogo por dentro e Lucas Moura esteve praticamente isolado na criação das jogadas de ataque. Pouco para quem pretendia conquistar a primeira vitória fora de casa no Brasileirão e menos ainda para quem tem o objetivo de levar a primeira Copa do Brasil da história do clube.
Falando sobre aspectos defensivos, é possível dizer que o São Paulo deixou bastante a desejar na marcação dos principais criadores de jogadas do Internacional. Principalmente Alan Patrick. O lance do belo gol marcado por Renê mostra essa falta de compactação e esse problema no encaixe na marcação em cima do lateral colorado. Além disso, enquanto as substituições promovidas por Eduardo Coudet davam mais consistência ao Inter, Dorival Júnior optava por descansar Lucas Moura e Luciano e, consequentemente, apostar numa postura mais cautelosa. Bastaram duas falhas na contenção para que a vantagem obtida na primeira etapa caísse por terra nos 45 minutos finais. Lições que precisam ser aprendidas.
Por mais que tenha apresentado um futebol empolgante em alguns momentos dessa temporada, a grande verdade é que o São Paulo chega nessa decisão da Copa do Brasil desacreditado. Nem mesmo a péssima fase do Flamengo (com a crise entre elenco, o técnico Jorge Sampaoli e a diretoria) conseguem dar um pouco de confiança para o torcedor que, apesar disso tudo, deve lotar o Morumbi na partida de volta da grande final. O problema está nas atuações fora de casa, onde a equipe tricolor parece sentir demais a falta da atmosfera absurdamente favorável do seu estádio. Mesmo assim, a derrota para o Internacional deixa lições que precisam ser aprendidas e assimiladas o mais rápido possível.
É fato que nem Flamengo e nem São Paulo estão em boa fase nesses dias que antecedem a final da Copa do Brasil. O time comandado por Dorival Júnior pode até ter uma pequena vantagem por conta da (quase certa) ausência de Arrascaeta e do clima quente nos bastidores do Fla. Só que decisão é decisão e a qualidade individual do forte adversário do Tricolor Paulista pode falar mais alto logo no jogo de ida, marcado para este domingo (17). O São Paulo pode sim surpreender. Mas precisa colocar a cabeça e os nervos no lugar para atingir essa meta.