Analisando o comportamento de Abel Ferreira, Lugano não teve receio em reprovar a atitude do treinador dentro do futebol brasileiro. Explosivo à beira do gramado, o comandante do Palmeiras, no duelo contra o São Paulo, “enquadrou” Calleri após disputa do argentino com Mayke e a situação foi vista como inadmissível pelo comentarista. Diante disso, em sua visão, o português deseja atrair para si todos os holofotes em campo.
Neste cenário, Lugano destacou que a conduta de Abel faz parte de uma “estratégia” do treinador. Isso porque o estilo enérgico costuma ser atrelado ao desempenho aguerrido do Palmeiras, mas o ex-zagueiro apontou que não ficaria feliz com a postura do técnico.
“Dá para perceber que ele está desesperado, todo fim de semana, para chamar atenção. A gente poderia estar falando do jogo do Raphael Veiga, Zé Rafael, Dudu, Rony ou Weverton, que agarra para caramba, e de novo estamos falando dele (Abel). Eu acho que é estratégia, não pode ser casualidade. Ele utiliza este modo de se comunicar, enganando, falando que fazendo isso o time vai jogar melhor. Eu imagino o capitão do Palmeiras, o treinador quer que você ganhe o jogo e ele insinua para a torcida que eu e meus companheiros jogamos bem ou tivemos força porque ele fez alguma coisa fora da linha. Eu ficaria p*** da vida, não aceitaria”, disse no programa Resenha da Rodada, da ESPN.
Código que Abel não respeitou
Na sequência, Lugano mencionou que Abel rompeu um código firmado entre treinadores e jogadores. Considerando que os atletas são “sagrados”, a atitude de peitar Calleri e repreender o argentino deixou o ídolo do São Paulo totalmente revoltado.
“Eu fico pensando, é cada vez mais incompreensível. Eu perguntei antes do programa para o Fábio (Luciano), para o Luís (Fabiano). A gente, em 25 anos de futebol, já viu briga entre jogadores, discussões, treinamos a favor e contra treinadores com um temperamento de verdade, que eram f*** de verdade. Eu nunca vi, no código do futebol, um treinador adversário gritar na cara do jogador do time ou botar o dedo na cara. Eu nunca vi. O jogador é sagrado, e não se mexe, são os seus jogadores. É como um código não escrito do futebol. O Abel já fez isso com o Liziero, Arrascaeta, agora com o Calleri. A gente entende se, talvez, o Abel não esteja conseguindo aumentar o sucesso que ele tem, porque nunca na carreira ele teve sucesso como agora, e aumentar o sucesso é difícil“, exclamou.