O Flamengo enfrentou o Grêmio no Maracanã neste domingo (11), pela 10ª rodada do Brasileirão Série A. Renata Silveira narrou a partida pelo Premiere, que exibiu o confronto com exclusividade na TV fechada. Apesar da experiência da narradora, que já participou de Copas do Mundo e outros importantes eventos esportivos, ela foi novamente alvo de críticas. Uma parcela dos torcedores não gostou da escalação da locutora no jogo.
Pela web, surgiram críticas nas redes sociais. Frases como: “Castigo do monstro: 90 minutos de narração da Renata Silveira”, escreveu a internauta gremista Maria Fernanda.
Já o internauta Nathan Morais aproveitou para detonar outro locutor da emissora e apontar outro ponto: “O Gustavo Villani talvez seja o pior narrador da história da Globo, mas não recebe 10% das críticas que a Renata Silveira recebe e a gente sabe o porquê”.
Casimiro já posicionou sobre esse tipo de crítica
Essa não é a primeira vez que internautas criticam a participação de mulheres nas transmissões de jogos de futebol. O youtuber Casimiro também já recebeu o mesmo tipo de comentário sobre uma narração feminina feita em seu canal e se posicionou da seguinte maneira: “Tu não gosta de ouvir voz de mulher”.
Para muitos, esses tipos de comentários têm um fundo machista e preconceituoso. A reação para as narrações ou comentários feitos por mulheres parecem receber uma quantidade bem maior de críticas do que as narrações e comentários feitos por homens.
“Não é questão de gênero”, observou um internauta que acompanha Flamengo e Grêmio
Como sempre também há aqueles que defendem que isso não é uma questão de gênero. No entanto, muitos internautas colocaram imagens da TV com uma reprodução da transmissão de Flamengo e Grêmio e o símbolo do volume no mudo em sua TV motivados apenas pelo fato de Renata Silveira ser a narradora.
Outros internautas questionaram a emissora. Para esses, o fato de a transmissão ser exclusiva era um dos motivos para a escolha de Silveira. Porém, essa não é uma crítica válida porque a maior parte das narrações dos jogos transmitidos pelo Premiere é feita por homens, que são maioria absoluta no time de narradores da Rede Globo.
É importante frisar que um dos principais problemas das críticas ao trabalho da narradora e de qualquer outra mulher nas transmissões esportivas é o tipo de comentário. Muitos passam muito do ponto. Também, segundo o próprio Casimiro, quando há uma “mulher narrando é chuva de ban”. Para esse tipo de comportamento é muito difícil não vincular essas críticas com o machismo.
É importante também frisar que a narração é a última instância da participação das mulheres nas transmissões esportivas. A própria Renata Silveira já falou sobre esse tipo de crítica. Renata, aliás, chegou ao posto de narradora após vencer, em 2018, um concurso realizado pela antiga Fox Sports para apresentar da Copa do Mundo naquele ano. Portanto, é possível afirmar que ela chegou ao cargo após uma votação do público de eventos esportivos.
A narração de Renata Silveira está recebendo críticas muitos similares àquelas recebidas por apresentadoras, jornalistas e comentaristas como Ana Thaís Matos, Renata Mendonça, Mariana Spinelli, Renata Fan, Daniela Boaventura e tantas outras, quando elas começaram a participar da cobertura esportiva. Há inegavelmente um aspecto machista nessas críticas. Quando são direcionadas aos narradores homens, as críticas costumam se basear em algum erro nas transmissões.
Já as críticas à narração de Renata Silveira se dão majoritariamente pelo simples fato de ser ela a narradora do evento esportivo. São pouco comuns os apontamentos de um erro nas narrações feitas por ela. A maioria dos tuítes que reclamavam da escolha de Silveira hoje o faziam pelo simples fato de ela ser a narradora do evento.
