A relação entre Palmeiras e WTorre levou mais um estremecimento nesta terça-feira (30), com o anúncio de que um inquérito foi aberto pela polícia, feito por pedido do clube, para investigar a possibilidade de apropriação indébita e associação criminosa da empresa quanto a uma dívida mantida por esta em relação ao Allianz Parque.
Sites como o GE, Gazeta Esportiva e outros portais tem noticiado sobre o caso, que pode ver renascer uma antiga rusga entre Verdão e a gestora de seu estádio. O Torcedores irá ajudar você a entender tudo o que se passa nesta discussão que tem agitado os bastidores palmeirenses nos últimos dias, com os principais detalhes do caso.
A origem de tal denúncia é uma dívida de R$ 128 milhões que o Palmeiras cobra da Real Arenas, empresa pertencente à WTorre. Tais valores seriam de repasses que deveriam ser feitos ao clube pelos shows e eventos que são realizados no estádio.
O Verdão alega que o não pagamento vem desde 2015, embora este tenha constado de relatórios mensais apresentados pela construtora. Esta já fora alvo de uma cobrança dos palmeirenses, que chegaram a conseguir uma decisão para o reconhecimento de tal débito, mas que este não teria sido pago.
A polícia abriu inquérito para investigar a Real Arenas, empresa da Wtorre que administra o Allianz Parque, por conta da dívida de mais de R$120 milhões da construtura com o Palmeiras.
A pedido do clube, será apurado se houve apropriação indébita e associação criminosa. pic.twitter.com/GykAfPHk07
— Diário Palmeiras (@diario1914) May 30, 2023
O que é a denúncia?
A Polícia deve iniciar investigação sobre o caso, no qual a WTorre e a Real Arenas teriam cometido possíveis crimes de ‘apropriação indébita’ e ‘associação criminosa’. No caso, o clube alegaria que o não repasse do dinheiro dos eventos no Allianz seria algo passível de processo criminoso, caso a suposta culpa das empresas seja alegada.
Palmeiras e WTorre
A ligação entre a construtora e o clube existe desde o período das obras do Allianz Parque, inaugurado ao final de 2014. A empresa se responsabilizou por levantar o estádio e, em troca, ganhou por 30 anos a gestão da casa palmeirense e a exploração desta para shows e eventos.
O acordo feito entre o clube e a empresa faz com que uma certa porcentagem dos lucros dos alugueis do estádio para shows, eventos, além dos valores da exploração dos camarotes e alguns setores da arena e também dos naming rights da seguradora Allianz. Tal porcentagem aumenta conforme vão passando-se os anos.
Palmeiras x WTorre
Mas nem sempre a relação entre o Verdão e a construtora foi amistosa. Há um processo de arbitragem, hoje paralisado, que colocou os dois lados como oponentes na Justiça. A briga se dá por vários pontos do contrato entre as partes, principalmente o número de cadeiras as quais a WTorre teria o direito de explorar do Allianz.
Recentemente, em meio à atual briga, outro problema entre Palmeiras e a empresa tem criado ‘ruídos’: a biometria facial. O clube quer implementar tal identificação em todo o estádio para o jogo contra o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro. Mas há um setor no qual a construtora tem ingressos disponíveis por um programa próprio (o ‘Passaporte’) e alegou que não haveria como colocar em tal setor o procedimento, alegando que os compradores de ingressos para o local poderiam ser prejudicados.
O Palmeiras tentou uma ‘alternativa’ para permitir que estes possam ir ao jogo, mas isto aumentou a pressão entre as partes, que pode render ainda mais com o inquérito contra a empresa,
A resposta da WTorre
Uma nota emitida na terça-feira pela construtora rebateu as acusações palmeirenses, dizendo que o inquérito seria um ‘ataque desproporcional’ à empresa e afirmou que a iniciativa seria um ‘ataque unilateral’ da presidente do Palmeiras, Leila Pereira.
A empresa disse ‘não ter conhecimento’ dos detalhes da abertura do inquérito, mas acusou a mandatária alviverde de ‘desrespeitar de forma reiterada as decisões do Tribunal de Arbitragem’, com a companhia citando ‘perplexidade’ e ‘profunda estranheza’ com uma notada pela empresa ‘mudança de atitude’ do clube quanto ao caso das dívidas, as quais alega que estavam sendo tratadas com ‘negociações pacíficas’ entre o cube e a empresa.
A solução biometria facial ainda gera discordância entre Palmeiras e WTorre.https://t.co/OqOIHfP82V#palmeiras #palmeirasonline #futebol #AvantiPalestra
— Palmeiras Online (@palmeirasonline) May 31, 2023