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Ex-goleiro do Vasco de 2005 a 2008, Roberto Volpato construiu uma relação de muita identificação com os cruzmaltinos. O ex-jogador não conquistou títulos pelo clube, mas relembra com muito carinho da sua trajetória pela equipe de São Januário.
Sincerão, fala o que vem na cabeça sem se preocupar com repercussão ou cancelamento. Mais que isso. Roberto Volpato parece gostar se “jogador raiz”. Comportamento que é evitado pela maioria dos atletas de futebol na atualidade.
Roberto Volpato sempre fez questão de deixar tudo claro. Nunca fugiu de uma pergunta mais ríspida dos jornalistas. Ele sempre teve capacidade de transformar uma situação adversa para transformar em algo positivo para a carreira e, principalmente, para o grupo.
“O Vasco sempre teve problemas extracampo. A política fervia nos bastidores e muitas vezes respingava no vestiário. O lado bom disso tudo é que sempre joguei ao lado de jogadores que seguravam a bronca dentro e fora de campo. O Romário blindava o grupo, segurava o vestiário e colocava a cara à tapa. Era muito fácil jogar no Vasco tendo um jogador de grupo como o Baixinho”, revelou Roberto Volpato em entrevista ao canal “OurSports”, no YouTube.
Romário tinha boa relação com o grupo
Foi no Vasco, inclusive, que Roberto Volpato encontrou seu ídolo de infância: Romário. O Baixinho mais temido do futebol mundial marcou o milésimo gol da carreira com a camisa cruzmaltina e encerrou a carreira no dia 14 de abril de 2008.
“Eu nem sabia como proceder quando o vi ele pela primeira vez no vestiário. De repente, o Romário veio na minha direção e apertou a minha mão. Ele chegava no clube e faltava todo mundo. Dentro de campo, ele era a maior estrela do time. Ele brigava e cobrava todo mundo, mas depois do jogo conversava com o grupo até zerar alguma situação de campo. O Romário nunca foi desrespeitoso com ninguém daquele grupo”, disse.
Eurico Miranda é só elogios a Eurico Miranda
O ex-goleiro também relembra sua passagem pelo Vasco, quando foi contratado por Eurico Miranda para disputar posição com os experientes Sílvio Luiz e Cássio. Roberto Volpato revela que o presidente tinha grande admiração por aquele elenco.
“O Eurico Miranda foi um grande dirigente. O clube tinha pouco dinheiro, não conseguira fazer grandes contratações e a folha salarial era baixa. Para estar naquele Vasco, o jogador tinha que amar muito as cores do clube. E o presidente admirava quem entrava em campo para dar o sangue pelo Vasco. Isso o fazia ter grande admiração por aquele grupo. O dinheiro era curto, mas o salário era pago em dia por ele”, falou.
Roberto foi campeão pelo America, mas não levantou a taça…
Além do Vasco, Roberto Volpato teve passagens por outros clubes do futebol carioca como Duque de Caxias e America. Foi vestindo a camisa rubra que o ex-goleiro levantou sua primeira taça e protagonizou uma das maiores polêmicas da carreira.
“O America conquistou a Série B do Campeonato Carioca com uma rodada de antecedência. Quando o jogo terminou, a taça não estava no nosso estádio para comemorarmos com a torcida. Como não tinha troféu eu cheguei no Romário e disse: ‘Vou pegar aquela mesa ali para dar a volta olímpia. O Romário colocou pilha e comemorei o título com a mesa na mão’”, relembrou antes de encerrar:
“Eu estava à caminho da festa quando fui comunicado de que não poderia entrar em decorrência do meu gesto. Um dirigente do America me ligou dizendo que eu não era bem-vindo na festa. Eu era o capitão do time. Além de não poder levantar a taça, perdi o título de melhor goleiro do campeonato”, finalizou.
